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LEGISLATIVO
Projeto de reforma, que enxuga estrutura, enfrenta resistências
Proposta de corte de gastos na Câmara passa pela 1ª etapa
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após muita discussão, o projeto
de reforma para racionalizar a estrutura da Câmara Municipal de
São Paulo e cortar cargos e salários foi aprovado ontem em primeira votação.
A principal resistência dos vereadores é em relação aos pontos
que mexem com seus gabinetes.
A reforma fixa um limite para os
gastos com salários de funcionários e estabelece uma verba de R$
8.000 para as despesas dos gabinetes, que atualmente são bancadas pela estrutura central do Legislativo municipal.
O projeto foi aprovado em primeira votação de forma simbólica
(sem o voto nominal de cada um),
mas o número de presentes indica
o tamanho das dificuldades. Foi
registrada a presença de apenas
28 dos 55 vereadores, o quórum
mínimo para a votação.
O principal temor do presidente
da Câmara, Arselino Tatto (PT), e
do coordenador da reforma,
Cláudio Fonseca (PC do B), recai
sobre uma eventual desfiguração
do projeto que irá à votação final.
"Deve haver alguma alteração,
mas vamos lutar para manter o eixo central", disse Tatto. O petista
planeja levar a proposta à votação
final amanhã. "Se não conseguir,
convoco sessões para sexta, sábado e domingo", disse. Para Fonseca, "foi altamente positiva a primeira jornada da batalha, porque
a espinha dorsal foi aprovada".
A reforma enfrenta resistências
de vereadores porque atualmente
muitos têm gastos com salários
acima do limite de R$ 81 mil por
mês -existem gabinetes com folhas de mais de R$ 100 mil.
Uma das idéias dos contrários é
excluir do novo teto, de R$ 68,2
mil, os funcionários com gratificações incorporadas (recebidas
há mais de cinco anos e incluídas
de maneira definitiva nos salários). Pelo projeto, esses gastos
também ficam dentro do limite.
Os funcionários de carreira da
Câmara também criticam a reforma, porque temem a destruição
dos planos de cargos e salários.
A associação dos servidores informou que vai apresentar suas
propostas de mudanças aos vereadores. Amanhã, haverá uma
audiência pública sobre o projeto,
a pedido dos funcionários.
A proposta de reforma está definida em um total de quatro projetos, mas apenas dois foram aprovados ontem. As partes em que
não houve acordo tratam da Mesa
Diretora. Não foram votados nem
o aumento do mandato de um para dois anos nem a extinção de
duas das sete cadeiras da Mesa.
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