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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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Fracassa a tentativa de conciliação na greve em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Fracassou ontem uma tentativa de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho para acabar com a greve da saúde no Estado que completou seu segundo dia nesta terça-feira. Segundo nota do Sindsaúde, que reúne os servidores estaduais dessa categoria, o juiz João Carlos de Araújo indicou ao governo que conceda um reajuste de 18,32% sobre os salários-base e as gratificações.
A oferta, no entanto, se limitava aos contratados em regime CLT, o que representam apenas 30% da categoria, segundo o sindicato.
O representante da Secretaria da Saúde na audiência rejeitou a proposta na íntegra. O caso vai agora a julgamento no próximo dia 2 de setembro.
Segundo nota da secretaria, a greve de ontem "afetou apenas uma parte administrativa do Hospital do Servidor Público, mas o atendimento a todos os pacientes" estaria normalizado. A adesão de ontem, segundo a nota, foi "de menos de 1%."
O comunicado informa que funcionários dos hospitais Brigadeiro e Guaianazes estão pedindo aos pacientes que voltem para casa, "o que está sendo coibido pela secretaria", "já que os médicos estão à disposição da população".
A dona-de-casa Maria José Campos, 40, com suspeita de tumor no útero, foi ontem ao Hospital Geral de Guaianazes para levar aos médicos um ultra-som feito há oito dias. Não foi atendida.
Segundo o governo, no interior do Estado, apenas o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto teve paralisação, "sem afetar o fluxo de atendimentos à população".
Como virou praxe nas greves, não há sintonia entre as informações de um lado e de outro. Segundo o Sindsaúde, 16 mil dos 93 mil trabalhadores aderiram à greve no dia de ontem, afetando o atendimento em pelo menos oito hospitais, dois deles no interior, o HC de Ribeirão Preto e parte do ambulatório de Araçatuba. Ainda em São Paulo, nove unidades básicas foram afetadas.
Os trabalhadores estão reivindicando a incorporação das gratificações ao salário-base e um reajuste de cerca de 24% que corresponde à inflação de janeiro de 2001 a maio deste ano.
Na nota oficial, a secretaria argumenta que boa parte dos servidores já recebeu reajuste acima da inflação, chegando a 45,37% nesse período.
O Estado alega também estar limitado pela Lei de Responsabilidade Social, que condiciona gastos com salário à arrecadação de impostos.


Colaborou o "Agora"


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