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Fracassa a tentativa de conciliação na greve em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Fracassou ontem uma tentativa
de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho para acabar com
a greve da saúde no Estado que
completou seu segundo dia nesta
terça-feira. Segundo nota do Sindsaúde, que reúne os servidores estaduais dessa categoria, o juiz João
Carlos de Araújo indicou ao governo que conceda um reajuste de
18,32% sobre os salários-base e as
gratificações.
A oferta, no entanto, se limitava
aos contratados em regime CLT, o
que representam apenas 30% da
categoria, segundo o sindicato.
O representante da Secretaria da
Saúde na audiência rejeitou a proposta na íntegra. O caso vai agora
a julgamento no próximo dia 2 de
setembro.
Segundo nota da secretaria, a
greve de ontem "afetou apenas
uma parte administrativa do Hospital do Servidor Público, mas o
atendimento a todos os pacientes"
estaria normalizado. A adesão de
ontem, segundo a nota, foi "de
menos de 1%."
O comunicado informa que
funcionários dos hospitais Brigadeiro e Guaianazes estão pedindo
aos pacientes que voltem para casa, "o que está sendo coibido pela
secretaria", "já que os médicos estão à disposição da população".
A dona-de-casa Maria José
Campos, 40, com suspeita de tumor no útero, foi ontem ao Hospital Geral de Guaianazes para levar
aos médicos um ultra-som feito
há oito dias. Não foi atendida.
Segundo o governo, no interior
do Estado, apenas o Hospital das
Clínicas de Ribeirão Preto teve paralisação, "sem afetar o fluxo de
atendimentos à população".
Como virou praxe nas greves,
não há sintonia entre as informações de um lado e de outro. Segundo o Sindsaúde, 16 mil dos 93
mil trabalhadores aderiram à greve no dia de ontem, afetando o
atendimento em pelo menos oito
hospitais, dois deles no interior, o
HC de Ribeirão Preto e parte do
ambulatório de Araçatuba. Ainda
em São Paulo, nove unidades básicas foram afetadas.
Os trabalhadores estão reivindicando a incorporação das gratificações ao salário-base e um reajuste de cerca de 24% que corresponde à inflação de janeiro de
2001 a maio deste ano.
Na nota oficial, a secretaria argumenta que boa parte dos servidores já recebeu reajuste acima da
inflação, chegando a 45,37% nesse
período.
O Estado alega também estar limitado pela Lei de Responsabilidade Social, que condiciona gastos com salário à arrecadação de
impostos.
Colaborou o "Agora"
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