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Tucano quer barrar projeto
da Sucursal de Brasília
O deputado Salvador Zimbaldi (PSDB-SP) assumiu a liderança da campanha contra o
projeto de lei que regulamenta
o aborto legal (casos de estupro
e risco de vida da gestante) e
aposta que ele será rejeitado
pelo plenário.
Zimbaldi conseguiu ontem
reunir 94 assinaturas de deputados (eram necessárias 52) e
apresenta hoje recurso para
forçar a votação em plenário.
Entre os deputados que assinaram a lista estão Inocêncio Oliveira (PE, líder do PFL), Aécio
Neves (MG, líder do PSDB) e
Hélio Bicudo (PT-SP). Sem o
recurso, o projeto, aprovado
na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça, iria direto para o Senado.
Para aprovação ou rejeição, é
preciso haver metade mais um
dos votos dos presentes -a favor ou contra. O quórum para
que haja votação é de 257 deputados. Para Zimbaldi, o projeto
é mais injusto do que a pena de
morte, pois não dá direito de
defesa aos fetos.
Ele declarou que é uma "tapeação" dizer que o projeto
permite o aborto só nos casos
de estupro e risco de vida para a
mulher. "O que vai acontecer é
um mercado de atestados médicos e boletins de ocorrência."
Zimbaldi disse que o projeto
é uma forma de descriminalizar o aborto em qualquer circunstância. Casado há 21 anos,
com três filhos, Zimbaldi afirmou que, se sua mulher ou sua
filha enfrentassem uma gravidez provocada por estupro, levariam a gestação até o fim.
As deputadas Marta Suplicy
(PT-SP) e Sandra Starling
(PT-MG) discutiram ontem
sobre as medidas que vão adotar para tentar aprovar o projeto no plenário.
Segundo Marta Suplicy, caso
o projeto seja derrotado, "o
jeito é começar tudo de novo".
Ela disse acreditar que a opinião pública já tenha assimilado que o projeto é positivo.
O argumento usado por Zimbaldi, de que seria formado um
comércio de atestados, é absurdo, segundo a deputada.
"Você se apresentar como
estuprada para conseguir um
boletim de ocorrência é tão
constrangedor que poucas mulheres se submeteriam a isso."
Ruth Cardoso se recusou ontem a falar sobre o projeto.
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