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Maioria das grandes cidades terá de fazer ajuste
DA REPORTAGEM LOCAL
Um levantamento feito pelo
Ibam (Instituto Brasileiro de Administração Municipal) aponta
que 70% dos municípios com
mais de 500 mil habitantes terão
de se adaptar ao novo teto de gastos com o Legislativo.
O estudo foi feito a partir de
uma amostra. No levantamento,
foi analisada a situação de 20 das
29 cidades do país com mais de
500 mil habitantes.
Segundo o estudo, em Natal, cidade com 678,6 mil habitantes, o
gasto com a Câmara em 98 superou em 7,92 pontos percentuais o
teto de 5%, que valerá a partir do
ano que vem.
De acordo com dados do balanço de 1998, a soma do que o município arrecadou e obteve como
transferência atingiu R$ 122,2 milhões. Desse valor, R$ 15,8 milhões foram destinados à Câmara.
Outro exemplo de excesso de
gastos com a Câmara é Maceió
(AL). A cidade obteve como receita e transferência, em 1998, R$
143,6 milhões e destinou ao Legislativo R$ 15,8 milhões, ou seja,
11,03%. Na hipótese de que receita
e despesas tenham permanecido
as mesmas, Maceió precisaria reduzir R$ 7,1 milhões do Orçamento da Câmara.
Economia
Alguns municípios, no entanto,
economizam. É o caso de Porto
Alegre (RS). Em 1998, segundo informações do Ibam, a capital gaúcha obteve como receita R$ 801,6
milhões e gastou com a Câmara
Municipal R$ 18,9 milhões -o
equivalente a apenas 2,36%.
Enquanto a arrecadação de São
Bernardo do Campo, em São Paulo (região do ABC), é quase quatro vezes maior do que a de Natal,
por exemplo, a Câmara da primeira cidade consumia em 98
menos do que a da segunda -R$
12,1 milhões e R$ 15,7 milhões,
respectivamente.
São Bernardo do Campo gasta
2,7% da receita com o Legislativo,
segundo o levantamento.
Estimativa
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) estima que os novos limites constitucionais poderão proporcionar uma economia de pelo
menos R$ 318 milhões aos municípios a partir do ano que vem.
Os valores utilizados nos cálculos do BNDES são de 1996, coletados na base de dados da Secretaria do Tesouro Nacional.
O estudo demonstra que os municípios com uma população de
até 100 mil habitantes poderiam
economizar um total de R$ 97,1
milhões.
Nas cidades cuja população varia entre 100 mil e 300 mil, a economia seria de R$ 61,5 milhões. Já
nos municípios com população
entre 300 mil e 500 mil, R$ 44,7
milhões poderiam ser economizados, segundo o levantamento.
Mas é nas cidades acima de 500
mil habitantes que a redução dos
gastos com os Legislativos seria
maior: R$ 115 milhões.
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