São Paulo, sexta-feira, 27 de outubro de 2000

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Boato fecha comércio no bairro da Tijuca

DA SUCURSAL DO RIO

Um boato de que traficantes promoveriam um "arrastão" ontem à tarde amedrontou o bairro de classe média da Tijuca, na zona norte do Rio. Lojas da praça Saens Peña, centro comercial do bairro, fecharam ou baixaram suas portas, temendo a invasão de moradores de favelas vizinhas. Até o Banco do Brasil, em frente à estação do metrô, desceu suas grades.
Protestos violentos de moradores de favelas, geralmente em represália a ações da polícia, têm sido comuns este ano no Rio. O último aconteceu há uma semana, quando favelados desceram o morro da Providência (centro da cidade), interromperam o trânsito e depredaram três ônibus, após a morte de um suposto traficante.
O boato que amedrontou a Tijuca ontem dizia que o arrastão seria em protesto contra a morte de um traficante. Segundo alguns comerciantes da praça Saens Peña, a ação seria desencadeada por moradores do morro do Salgueiro. Para outros, eles viriam do morro do Borel. Na dúvida, todos ficaram em alerta.
O 6º batalhão da Polícia Militar, responsável pela área, não confirmou a morte de qualquer traficante e disse que não sabia a origem do boato, embora tenha mandado reforços para a área. Um PM orientava os comerciantes a abrirem as lojas, afirmando que estava tudo sob controle.
""Esse boato botou a praça em pânico. Ele começou na segunda-feira, mas hoje (ontem), às 13h30, disseram que a manifestação seria em forma de arrastão, depois do enterro do traficante", disse o gerente da loja de departamento C&A, Walneci da Silva Andrade.
Alguns comerciantes, com medo, se recusavam a comentar o ambiente de intranquilidade. ""Prefiro não comentar. É tudo gente boa", disse um deles.
O Centro Educacional Henry Dunnat cancelou suas provas. ""Vários alunos ligaram para a escola e a diretora decidiu que não haveria prova", disse o aluno José Leonardo Ferreira Furtado.



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