São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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PF prende estudante e mais 3 por furtos de obras raras

Segundo a acusação, o grupo atuava em acervos de instituições em todo o país

A polícia acompanhou os passos da quadrilha e evitou uma ação prevista para ontem na Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

A Polícia Federal prendeu o acusado de liderar uma das principais quadrilhas do país especializadas em furtar peças e obras raras em museus e bibliotecas e evitou uma ação do grupo prevista para ontem, na Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, zona sul do Rio.
O estudante de biblioteconomia Laéssio Rodrigues Oliveira, 34, foi apontado como articulador da quadrilha e indiciado sob acusação de outros furtos de obras raras. Além dele, foram presas mais três pessoas.
A polícia acompanhou e filmou o grupo na quinta, antes de prendê-los. Os agentes recuperaram cerca de 200 peças. A perícia dirá o valor do material.
Em 2004, Oliveira foi preso pela Polícia Civil de São Paulo. Em seu apartamento, havia 28 livros raros. Segundo a polícia, 13 foram furtados do Museu Nacional, no Rio, e dois eram da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, onde foi estagiário.
Segundo a PF, as peças podem ser da Fundação Biblioteca Nacional, do Arquivo Geral da Cidade, do Museu Nacional e da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio; da Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo; e do Instituto Geográfico e Histórico, na Bahia.
Oliveira e os outros integrantes da suposta quadrilha, Marcos Perreira Machado, Edina Raquel de Souza Cordeiro e Iwaloo Cristina Santana Sakamoto, chegaram ao Rio na manhã de quinta, segundo a PF. Oliveira foi preso no centro.
Machado, Cordeiro e Sakamoto foram presos num hotel, com as peças raras, após irem à Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo. Segundo a polícia, o objetivo eram mais furtos.
O grupo foi encaminhado ao sistema prisional do Estado e já está em carceragens da Polinter. As obras seriam negociadas com brasileiros e estrangeiros. Até a conclusão desta edição, a Folha não conseguiu ouvir os acusados nem seus advogados.
O mau estado do material achado indica que era uma espécie de "lixão", segundo a diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio, Beatriz Kushnir. "Muitas coisas já deviam estar havia bastante tempo com o Laéssio, porque estão em decomposição e com marcas de fungos", disse.


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