São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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Motoristas querem banheiros em pontos finais de ônibus

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Motoristas de ônibus e o sindicato da categoria reclamam da falta de banheiros nos pontos finais das linhas. Diferentemente dos terminais de ônibus, de algumas estações de trem e de metrô, esses locais não possuem sanitários para uso de trabalhadores e passageiros.
No largo do Paissandu, por exemplo, onde há um ponto final da viação Santa Brígida, os motoristas não têm sanitário à disposição. "Motoristas e cobradores acabam indo nos bares da área. Um deles cobra R$ 0,50 e, nos outros, é de graça", afirma o fiscal da viação, Gelson Antonio de Oliveira.
Um motorista, que preferiu não se identificar, diz que "segura a vontade" até voltar ao Terminal Vila Nova Cachoeirinha, o que leva uma hora e meia. "Os banheiros dos bares são sujos. Acho que, se a prefeitura não providencia [banheiros], a empresa teria de fazer."
No ponto final da viação Himalaia, na esquina da rua Machado de Assis com a Guimarães Passos, na Aclimação, muitos motoristas usam a rua, o muro ou os postes -alguns vão até uma padaria em frente. Na rua Tomás Carvalhal, no Paraíso, há ponto da viação Campo Belo. Um fiscal da empresa diz que precisa comprar algo nos bares para usar o banheiro.
Segundo o Sindmotoristas (sindicato dos motoristas em transporte rodoviário urbano de SP), do total de trabalhadores que atuam a céu aberto -motoristas,cobradores e fiscais-, 61% deles não têm acesso a rede sanitária.
Em razão disso, o sindicato diz que os profissionais passam por inúmeros constrangimentos na jornada de trabalho. Em algumas linhas, por exemplo, não há tempo suficiente para os funcionários irem até os estabelecimentos com banheiro.
Um projeto de lei do vereador Abou Anni (PV), que tramita na Câmara, obriga o Poder Público Municipal a construir instalações sanitárias "devidamente equipadas e de uso gratuito nos pontos finais de ônibus, a fim de atender os funcionários do transporte coletivo, bem como a população".
Segundo a assessoria da SPTrans, é responsabilidade das empresas oferecer banheiro fora dos terminais.
O gerente de operações da Santa Brígida, Danilo Alves dos Santos, diz que a empresa não pode construir banheiro na área central. Mas afirmou que não há problema porque o comércio é muito farto na área. Ele diz que nos bairros, a falta de banheiros pode ser um problema, pois há pouco comércio. "Quando a empresa tem essa dificuldade, a gente paga a conta do pessoal nos bares ou constrói banheiros para os operadores." A Folha não conseguiu falar com as viações Himalaia e Campo Belo.


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