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Motoristas querem banheiros em pontos finais de ônibus
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Motoristas de ônibus e o sindicato da categoria reclamam
da falta de banheiros nos pontos finais das linhas. Diferentemente dos terminais de ônibus,
de algumas estações de trem e
de metrô, esses locais não possuem sanitários para uso de
trabalhadores e passageiros.
No largo do Paissandu, por
exemplo, onde há um ponto final da viação Santa Brígida, os
motoristas não têm sanitário à
disposição. "Motoristas e cobradores acabam indo nos bares da área. Um deles cobra R$
0,50 e, nos outros, é de graça",
afirma o fiscal da viação, Gelson Antonio de Oliveira.
Um motorista, que preferiu
não se identificar, diz que "segura a vontade" até voltar ao
Terminal Vila Nova Cachoeirinha, o que leva uma hora e
meia. "Os banheiros dos bares
são sujos. Acho que, se a prefeitura não providencia [banheiros], a empresa teria de fazer."
No ponto final da viação Himalaia, na esquina da rua Machado de Assis com a Guimarães Passos, na Aclimação,
muitos motoristas usam a rua,
o muro ou os postes -alguns
vão até uma padaria em frente.
Na rua Tomás Carvalhal, no Paraíso, há ponto da viação Campo Belo. Um fiscal da empresa
diz que precisa comprar algo
nos bares para usar o banheiro.
Segundo o Sindmotoristas
(sindicato dos motoristas em
transporte rodoviário urbano
de SP), do total de trabalhadores que atuam a céu aberto
-motoristas,cobradores e fiscais-, 61% deles não têm acesso a rede sanitária.
Em razão disso, o sindicato
diz que os profissionais passam
por inúmeros constrangimentos na jornada de trabalho. Em
algumas linhas, por exemplo,
não há tempo suficiente para os
funcionários irem até os estabelecimentos com banheiro.
Um projeto de lei do vereador Abou Anni (PV), que tramita na Câmara, obriga o Poder
Público Municipal a construir
instalações sanitárias "devidamente equipadas e de uso gratuito nos pontos finais de ônibus, a fim de atender os funcionários do transporte coletivo,
bem como a população".
Segundo a assessoria da
SPTrans, é responsabilidade
das empresas oferecer banheiro fora dos terminais.
O gerente de operações da
Santa Brígida, Danilo Alves dos
Santos, diz que a empresa não
pode construir banheiro na
área central. Mas afirmou que
não há problema porque o comércio é muito farto na área.
Ele diz que nos bairros, a falta
de banheiros pode ser um problema, pois há pouco comércio.
"Quando a empresa tem essa
dificuldade, a gente paga a conta do pessoal nos bares ou constrói banheiros para os operadores." A Folha não conseguiu falar com as viações Himalaia e
Campo Belo.
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