|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pesquisa destaca peso dos fatores ambientais
DA REPORTAGEM LOCAL
Vários estudos epidemiológicos têm tentado avaliar o peso dos
fatores ambientais e dos determinantes genéticos para o aparecimento do câncer.
Um dos mais interessantes foi
feito por pesquisadores da Fundação Instituto Osvaldo Cruz, do
Rio de Janeiro. Comparando índias terena que viviam na tribo
com outras que moravam em
Campo Grande (capital do Mato
Grosso do Sul), percebeu-se que,
ao longo dos anos, aquelas que levavam o modo de vida tradicional
não apresentaram um único caso
de câncer de mama.
Já aquelas que se mudaram para
a capital, e ao longo do tempo adquiriram os hábitos da cidade, começaram a apresentar o câncer de
mama em taxas crescentes, até se
igualar à população urbana, mesmo sendo ela formada por um
composto de outras etnias.
Um começo de explicação está
nos hábitos sexuais e de procriação. Os pesquisadores observaram que as índias em tribo começavam a menstruar aos 15 anos e
paravam aos 45. Entre as duas
idades, pouca ou nenhuma menstruação, já que elas estavam sempre grávidas ou amamentando.
Situação bem diversa ocorria entre as que viviam na cidade, com a
primeira gravidez adiada e poucas gestações ao longo da vida.
Junte-se a isso o sedentarismo
das "urbanas" e a aquisição de hábitos alimentares que privilegiam
alimentos gordurosos e sem fibras vegetais e explica-se a maior
incidência de câncer de mama entre as "urbanas", versus as tribais.
Outros estudos, que avaliaram a
incidência de cânceres entre japoneses e italianos que imigraram
para os Estados Unidos, mostram
como, em poucos anos, os padrões de incidência de câncer desses imigrantes deixaram de ser os
de seus países de origem, trocados
pelo padrão americano.
"Não há dúvida de de que o peso dos fatores ambientais é prevalente sobre os fatores étnicos", diz
a médica Gulnar Azevedo. (LC)
Texto Anterior: Saúde: Regiões mais ricas têm maior taxa de câncer Próximo Texto: Acidente no mar: Cais volta a operar no PR; Ibama vê riscos Índice
|