DO "AGORA"

Alvo do descarte de esgoto clandestino e de lixo doméstico em seus 2,2 km que correm a céu aberto e têm suas margens irregularmente ocupadas por cerca de mil famílias, o córrego Zavuvus, no extremo sul de São Paulo, se transforma em palco de mortes durante chuvas fortes.
Três pessoas já morreram neste ano e dois irmãos (um de dez anos e o outro de nove) estavam desaparecidos até ontem à noite após caírem no córrego.
As cinco vítimas foram engolidas pela correnteza do Zavuvus a uma distância de menos de 500 m uma da outra, em um único quarteirão.
Após reclamação de um grupo de moradores, a Promotoria de Justiça do Meio Ambiente instaurou em 2003 inquérito civil para analisar a situação de risco no local.
Após sete anos, entretanto, a Prefeitura não recebeu nenhum tipo de punição.
As duas últimas vítimas foram Ygor Menderson da Silva, 10, e Hebert Camilo da Silva, 9. Por volta das 18h15 de anteontem, o caçula caiu na água enquanto brincava com Ygor, que, em seguida, pulou no córrego para tentar salvar o irmão e acabou levado.
A auxiliar de limpeza Simone Camilo da Silva, mãe das crianças, disse que pretende processar a prefeitura.
O subprefeito de Cidade Ademar, José Rubens Domingues Filho, afirma que há um projeto orçado em R$ 400 mil para retirar mil moradias irregulares que hoje ocupam a margem do Zavuvus.
Ele disse que 350 foram interditadas ao longo deste ano e 40 foram removidas após um casal morrer ao cair no córrego, no mês passado.


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