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NOVA ADMINISTRAÇÃO
Segundo futuro coordenador, ainda não é possível definir quantas famílias serão beneficiadas
Renda mínima será o 1º programa de Marta
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O futuro coordenador de projetos sociais da prefeitura, Márcio
Pochmann (pronuncia-se Porrmann), disse ontem que o renda
mínima deverá ser o primeiro
programa a ser implantado pela
administração de Marta Suplicy
(PT). Mas, em razão das dificuldades financeiras do município,
ele não sabe quantas famílias serão beneficiadas em 2001.
André Ricardo de Souza, 28, da
coordenação do Fórum de Economia Popular, que reúne 33 instituições, diz que, se a prefeitura
não beneficiar pelo menos 300 mil
famílias, o programa não terá o
impacto social necessário.
Nesse caso, "impacto social" representa a redução da miséria.
O renda mínima prevê uma
complementação mensal em dinheiro para famílias que têm renda de até três salários mínimos
(R$ 453) e que têm filhos menores
de 14 anos na escola. As famílias
receberão o equivalente a um terço da diferença entre a sua renda e
os três salários mínimos.
Por exemplo: uma família com
renda familiar de R$ 200,00, receberá uma complementação mensal de R$ 84,30.
Durante a campanha, Amir
Khair, coordenador financeiro do
PT, disse que a previsão do partido seria atender em 2001 pelo menos 90 mil famílias. Funcionando
100%, o programa atenderá 309
mil famílias, ao custo de R$ 280
milhões anuais.
Pochmann diz que uma das
suas preocupações é com a expectativa dos movimentos sociais em
relação à implantação imediata
do programa.
"Nós entendemos isso (a expectativa) até porque São Paulo é a cidade que mais sofreu as consequências do atual modelo econômico do país", diz ele, citando o
desemprego industrial.
Para explicar as limitações financeiras do primeiro ano de gestão, Pochmann reuniu-se na semana passada com as instituições
que compõem o fórum.
Souza, da coordenação do fórum, diz que o setor espera a criação de uma Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Social que
tenha um departamento específico destinado à geração de renda.
Para as entidades representadas
no fórum, o renda mínima deve
agregar projetos que permitam às
famílias se auto-sustentarem a
médio e longo prazos.
Pochmann, que evita falar sobre
os números iniciais do atendimento, diz que a opção de priorizar o renda mínima ocorreu em
razão de o programa já ter sido
aprovado na Câmara Municipal.
Já há um grupo estudando sua regulamentação.
Além disso, diz ele, o renda mínima será uma espécie de núcleo
para organizar a demanda dos
outros programas. No ato do cadastro, a família informará se possui membros de mais de 40 anos
desempregados (beneficiários
potenciais do Começar de Novo)
ou jovens maiores de 14 anos desempregados, que podem ser
atendidos pelo Bolsa-Trabalho.
Na primeira versão do Orçamento para 2001, o renda mínima
recebeu R$ 500 mil. Hoje, a vereadora Myryam Athie (PMDB)
apresentará uma proposta para
elevar esse valor para R$ 650 mil.
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