São Paulo, quarta-feira, 27 de dezembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NOVA ADMINISTRAÇÃO

Segundo futuro coordenador, ainda não é possível definir quantas famílias serão beneficiadas

Renda mínima será o 1º programa de Marta



GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O futuro coordenador de projetos sociais da prefeitura, Márcio Pochmann (pronuncia-se Porrmann), disse ontem que o renda mínima deverá ser o primeiro programa a ser implantado pela administração de Marta Suplicy (PT). Mas, em razão das dificuldades financeiras do município, ele não sabe quantas famílias serão beneficiadas em 2001.
André Ricardo de Souza, 28, da coordenação do Fórum de Economia Popular, que reúne 33 instituições, diz que, se a prefeitura não beneficiar pelo menos 300 mil famílias, o programa não terá o impacto social necessário.
Nesse caso, "impacto social" representa a redução da miséria.
O renda mínima prevê uma complementação mensal em dinheiro para famílias que têm renda de até três salários mínimos (R$ 453) e que têm filhos menores de 14 anos na escola. As famílias receberão o equivalente a um terço da diferença entre a sua renda e os três salários mínimos.
Por exemplo: uma família com renda familiar de R$ 200,00, receberá uma complementação mensal de R$ 84,30.
Durante a campanha, Amir Khair, coordenador financeiro do PT, disse que a previsão do partido seria atender em 2001 pelo menos 90 mil famílias. Funcionando 100%, o programa atenderá 309 mil famílias, ao custo de R$ 280 milhões anuais.
Pochmann diz que uma das suas preocupações é com a expectativa dos movimentos sociais em relação à implantação imediata do programa.
"Nós entendemos isso (a expectativa) até porque São Paulo é a cidade que mais sofreu as consequências do atual modelo econômico do país", diz ele, citando o desemprego industrial.
Para explicar as limitações financeiras do primeiro ano de gestão, Pochmann reuniu-se na semana passada com as instituições que compõem o fórum.
Souza, da coordenação do fórum, diz que o setor espera a criação de uma Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social que tenha um departamento específico destinado à geração de renda.
Para as entidades representadas no fórum, o renda mínima deve agregar projetos que permitam às famílias se auto-sustentarem a médio e longo prazos.
Pochmann, que evita falar sobre os números iniciais do atendimento, diz que a opção de priorizar o renda mínima ocorreu em razão de o programa já ter sido aprovado na Câmara Municipal. Já há um grupo estudando sua regulamentação.
Além disso, diz ele, o renda mínima será uma espécie de núcleo para organizar a demanda dos outros programas. No ato do cadastro, a família informará se possui membros de mais de 40 anos desempregados (beneficiários potenciais do Começar de Novo) ou jovens maiores de 14 anos desempregados, que podem ser atendidos pelo Bolsa-Trabalho.
Na primeira versão do Orçamento para 2001, o renda mínima recebeu R$ 500 mil. Hoje, a vereadora Myryam Athie (PMDB) apresentará uma proposta para elevar esse valor para R$ 650 mil.



Texto Anterior: Ex-assessora de Lula assume regional da Sé
Próximo Texto: Secretário da Educação quer mudar currículo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.