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MORTES EM SÉRIE
Para delegado, houve um conluio -cinco pessoas teriam idealizado crimes e outras três teriam executado plano
Polícia fecha cerco a oito funcionários
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil ampliou de cinco
para oito o rol de funcionários
suspeitos de envolvimento com
as mortes dos 59 bichos do Zoológico de São Paulo.
Segundo o delegado que cuida
do caso, Clóvis Ferreira de Araújo, chefe da unidade de inteligência do Decap (Departamento de
Polícia Judiciária da Capital), possivelmente houve um "conluio de
trabalhadores". "Temos a impressão de que três eram operacionais
e os outros cinco estavam numa
esfera diferenciada, idealizaram."
Segundo Araújo, o grupo tinha
acesso à área restrita do zôo e ao
setor de alimentação. A polícia
ainda não sabe como o veneno
pode ter sido administrado.
Até agora, a polícia ouviu 27 das
40 pessoas com acesso aos bichos.
Os laudos do IC (Instituto de Criminalística), que recolheu secreções dos animais e material do
parque, ainda não estão prontos.
O delegado disse que pretende
nomear os especialistas do Centro
de Toxicologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu como peritos "ad hoc" (designados) para poder utilizar seus
relatórios no inquérito.
Os laudos da universidade é que
apontaram o envenenamento dos
animais pelo raticida.
Interesses
As hipóteses sobre o motivo do
crime são mantidas em sigilo pela
polícia, para não atrapalhar as investigações. Já há evidências, no
entanto, de que o objetivo era prejudicar projetos de interesse da
fundação, segundo o zôo.
O lote de 50 porcos-espinhos
africanos atingido pelo envenenamento -40 bichos já morreram e
outros 3 estão debilitados -deveria ser utilizado em um leilão de
espécies exóticas que o zôo preparava para março ou abril. A venda
estava programada desde 2002,
mas foi contestada pelo Ministério Público por poder colocar os
bichos em risco -qualquer pessoa poderia comprar os animais,
segundo o edital original da venda. Também havia risco de as espécies, nas mãos erradas, serem
introduzidas em locais errados.
Naquela ocasião, o lance mínimo do lote de 31 porcos-espinhos
que deveria ir à venda era estimado em R$ 24.800,00. Mais do que
arrecadar fundos, o zôo pretendia
cortar gastos com o leilão, explica
a promotora de Justiça do Meio
Ambiente Cláudia Fedeli.
Fedeli conduziu o acordo feito
entre a Promotoria e o zoológico.
A venda foi liberada depois que
o zôo aceitou colocar no edital
que as vendas só poderiam ser
concluídas depois do aval do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
(FABIANE LEITE)
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