|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Concreto esfarela na
mão, afirma perito
da Sucursal do Rio
O perito engenheiro do ICCE
(Instituto de Criminalística Carlos
Éboli) Hugo Monteiro disse ontem que "é visível a olho nu a má
qualidade do concreto" usado na
construção do edifício Palace 2,
que ontem teve um novo desabamento.
"O concreto não tem adesão
nem coesão, esfarela na mão", disse Monteiro.
Segundo ele, esse problema pode
ter sido gerado por uso de água salobra (com excesso de sal). Outra
possibilidade para o problema, de
acordo com o perito, seriam aplicações de quantidades inadequadas de areia ou de brita na preparação do concreto.
Essas dúvidas deverão ser tiradas
pela análise química dos materiais
colhidos nos entulhos do desabamento do prédio pelos peritos do
ICCE.
Essa análise, segundo Monteiro,
deverá ser feita nos laboratórios da
Coppe-UFRJ (Coordenação dos
Programas de Pós-Graduação em
Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e em laboratórios de outros Estados.
O ICCE quer ter vários laudos
para poder compará-los.
Também deverá ser feita, nos
mesmos laboratórios, uma análise
física para avaliar a capacidade de
tração e de compressão dos materiais usados na construção do edifício.
Inquérito
A perícia do ICCE é parte do inquérito policial que está sendo feito pela 16ª DP (Delegacia de Polícia), na Barra da Tijuca.
O inquérito definirá se há responsabilidades criminais pelo desabamento e os nomes dos responsáveis.
Caso seja comprovada culpabilidade, os responsáveis podem ser
processados sob acusação de homicídio culposo (sem intenção de
matar).
No entanto, o engenheiro e deputado federal Sérgio Naya
(PPB-MG), dono da construtora
Sersan, responsável pela obra, goza de imunidade parlamentar.
O deputado só poderá ser processado se houver autorização especial para isso da Câmara dos Deputados, em Brasília, por meio de
votação.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|