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EDUCAÇÃO
Reorganização da rede estadual deixa estudantes de 2º grau sem psicologia
Escola de SP perde professora premiada
FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local
A Escola Estadual de 1º e 2º
Graus Nossa Senhora Aparecida,
no Ipiranga (zona sudeste de São
Paulo), deixa de contar este ano
com as aulas da professora de psicologia Ana Neri Braz dos Santos
Tachiro, 35.
Ela será na segunda-feira um dos
três professores premiados pelo
"Concurso Leia Brasil - Revista
Nova Escola", promovido pela
Fundação Victor Civita, Petrobrás
e Unesco (órgão das Nações Unidas para educação e cultura).
O problema foi que, na reorganização da grade horária (distribuição de aulas) feita no início do
ano pela Secretaria de Estado da
Educação, a Escola N. Sra. Aparecida deixou de oferecer psicologia
-e Ana Neri ficou sem alunos.
Em 1997, ela atendia quatro turmas do ensino médio (2º grau)
noturno. Foi com esses estudantes
que ela desenvolveu o trabalho
premiado -que passou por uma
seleção que envolvia 750 projetos.
A assessoria de imprensa da secretaria afirma que a professora
premiada começou a dar aula na
rede estadual no ano passado e
que, na época, ainda não tinha título universitário. Por isso, perdeu aulas em relação a outros professores com mais titulação e tempo na rede.
A medida é necessária para melhorar a formação dos professores
e a qualidade do ensino no Estado,
diz a secretaria. Como Ana Neri,
milhares de professores ficaram
sem aula. O número oficial ainda
não foi divulgado, já que a atribuição de aulas só terminava ontem.
A professora prefere não se posicionar em relação à reforma na rede. "Só dei aula um ano e, por isso,
não posso emitir uma opinião sobre essas medidas", afirma.
Segundo Ana Neri, quando ficou sabendo que a escola não ofereceria mais psicologia, ela deixou
de buscar outras aulas na rede.
Ontem, recebeu o diploma de graduação em psicologia na Universidade São Marcos e, agora, pretende trabalhar em seu consultório.
Ela se diz "muito feliz com o prêmio e com o resultado do trabalho
com os alunos". Seu projeto premiado defende que a criação do
gosto pela leitura deve partir da
valorização dos alunos.
Assim, no lugar de o professor
chegar com leituras obrigatórias,
ele deve ser sensível às questões
dos estudantes e conseguir, com
isso, introduzir textos significativos. "Os alunos descobriam que o
as leituras tinha a ver com eles."
Também recebem o prêmio
-que consiste em uma viagem à
18ª Feira do Livro de Paris, na
França- a professora Joselita dos
Santos Lima, de Umburanas (BA),
e o professor Paulo de Tarso Rezende Ayub, de Vitória (ES).
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