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Só 6,4% das cidades reciclam detritos
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os resultados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do
IBGE mostram que, quando o assunto é reciclagem e coleta seletiva de lixo, o Brasil ainda tem uma
longo caminho pela frente.
Só 6,4% das cidades reaproveitam os resíduos, e a coleta seletiva
do lixo é realizada oficialmente
por apenas 8,2% delas. Nenhuma
das quatro maiores capitais (São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador) têm coleta seletiva em todos os bairros.
No ranking de reciclagem, a região Sul sai na frente. O Estado
onde o reaproveitamento do lixo
é mais comum é o Rio Grande do
Sul, onde 22,5% dos municípios
afirmaram reciclar os resíduos.
Em Santa Catarina, 16,7% dos
municípios reciclam seu lixo, e no
Paraná a porcentagem é de 10%.
A liderança se deve à tradição
das ações de coleta seletiva e reciclagem, principalmente nas cidades gaúchas e paranaenses, que há
mais de 13 anos iniciaram políticas nesse sentido, afirma Elizabeth Grimberg, do Instituto Polis.
Na região Norte, nenhum município afirmou ter coleta seletiva
em todos os distritos. No Nordeste, apenas 5 dos 1.787 municípios
dizem fazer a coleta seletiva em
todos os distritos (0,3%); no Centro-Oeste, a atividade é desenvolvida em 0,9% das cidades (4 em
446); e mesmo no Sudeste só 53
dos 1.666 municípios (3,2%) afirmam coletar o lixo que não é lixo
em todos os bairros.
Em 50 cidades brasileiras (0,9%
do total), a coleta seletiva chegou
a começar, mas foi interrompida
por razões como falta de local
adequado para separar o material, má aceitação por parte da população e falta de campanha de
conscientização, entre outros.
"Mobilização, comunicação e
educação são o tripé básico para
que a coleta seletiva funcione. É
preciso oferecer também a estrutura para a população, divulgando os horários de passagem dos
caminhões de coleta e colocando
postos de entrega voluntária em
locais acessíveis", diz Elizabeth.
Para incentivar a reciclagem, de
forma que ela impulsione a coleta
seletiva, a pesquisadora defende
ser fundamental que ela se torne
economicamente viável. "Mercado e relação custo benefício têm
de ser considerados."
(AG e MV)
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