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ACIDENTE
Efeitos do desastre foram agravados por falta de estrutura para conter vazamento
Óleo chega a todas as praias de Santos
FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Santos
O óleo que vazou na madrugada
de domingo do navio Smyrni Limassol (bandeira cipriota) chegou
ontem a todas as praias de Santos
(SP), numa faixa de 7 quilômetros
de extensão.
Uma camada espessa e viscosa
de óleo combustível trazido pela
maré, com largura entre três e cinco metros, tingiu de negro toda a
faixa de areia em Santos, da praia
do José Menino à Ponta da Praia.
A Cetesb (agência ambiental
paulista) informou, no final da
tarde, que a quantidade de óleo
que caiu no mar é de, no máximo,
cem toneladas, capacidade do tanque do navio que se rompeu.
O diretor de Controle de Poluição Ambiental da Cetesb, Armando Schalders Neto, estimou em 40
toneladas o total que vazou.
Segundo informação da Cetesb,
o maior derramamento de óleo no
litoral da Baixada Santista ocorreu
em 1984, quando 420 toneladas
vazaram da barcaça Gisela.
O vazamento do último domingo ocorreu às 5h50, depois que o
navio Elisabeth Rickmers (bandeira de Antígua) se chocou, no momento em que chegava ao porto de
Santos, com o Smyrni Limassol,
que se encontrava atracado.
O impacto provocou um rasgo
na lateral do Smyrni de cerca de
seis metros de diâmetro. O choque
atingiu o tanque número 4, por
onde o óleo começou a vazar.
As ações para a contenção da
mancha de óleo no mar levaram
pelo menos sete horas para se iniciar e continuarão hoje.
Os trabalhos estão sendo feitos
com equipamento da Petrobrás,
que exigiu que alguém se responsabilizasse pelas despesas antes de
cedê-lo. A autorização do armador (proprietário) do navio Elisabeth Rickmers, para que o serviço
fosse efetuado só chegou às 13h de
ontem, informou Nunes.
Nesse horário, conforme constatou a reportagem da Agência Folha, o óleo já havia atingido pelo
menos a praia da Ponta da Praia,
em Santos.
"Lamentavelmente, não temos
no porto de Santos, o maior da
América Latina, uma estrutura
adequada, pronta, para atender
uma emergência como essa", afirmou William Nunes.
Além das praias de Santos, o
óleo alcançou também as praias da
Pouca Farinha e do Góes, ambas
no Guarujá, situadas na margem
esquerda do canal do estuário.
Manchas de óleo também apareceram no canal de Bertioga, mas,
segundo a Cetesb, até ontem não
havia constatação de comprometimento dos manguezais.
A prefeitura da cidade iria iniciar
na tarde de ontem a remoção do
óleo da praia, segundo informou o
presidente da empresa Prodesan
(Progresso e Desenvolvimento de
Santos), Delchi Migotto.
A areia atingida será raspada
com máquinas e retirada.
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