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ADMINISTRAÇÃO
Marta admite resistência até de aliados
GILMAR PENTEADO
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
admitiu ontem que também vai
ter de negociar com vereadores
governistas, além da bancada da
oposição, para conseguir aprovar,
além do novo IPTU, sua proposta
orçamentária para 2002.
"Às vezes a gente pensa que só
tem de negociar com a oposição,
mas muitas vezes você tem de negociar também com a situação",
disse, ao entregar ontem o Orçamento à Câmara.
Vereadores governistas protestaram principalmente contra a taxa alta de remanejamento-possibilidade de redistribuir rapidamente verbas do Orçamento sem
consultar a Câmara.
O projeto entregue ontem prevê
um índice de remanejamento de
12%, mas o PT, historicamente,
defendeu taxa de 1% para os governos anteriores.
A previsão era de que o índice
de remanejamento ficasse em
15%, mas a taxa escolhida foi de
12%. O secretário das Finanças,
João Sayad, não soube explicar o
por que da alteração. "Quer uma
resposta sincera: 15% é igual a
12%, não faz diferença", disse.
No discurso aos vereadores,
Marta afirmou que o Orçamento
está engessado e reforçou a necessidade de rever a renegociação da
dívida com a União, que consome
13% das receitas do município.
Marta se compromete a aumentar os recursos para projetos sociais e até em fazer uma parceria
com o governo do Estado para investir no sistema de Metrô se a renegociação for refeita.
Ela pretende falar pessoalmente
com o presidente Fernando Henrique Cardoso para tentar convencê-lo a reduzir o impacto do
pagamento da dívida nas contas
de São Paulo. Essa audiência deverá acontecer em outubro.
Marta defende que o comprometimento de 13% da arrecadação com a dívida exclua gastos
vinculados, como os 30% para
educação e 15% para saúde. Se isso for aceito, o comprometimento
cairia para 7%.
Quem perde
Duas secretarias comandadas
por secretários que não são do PT
serão as mais prejudicadas no Orçamento do ano que vem. A Secretaria de Assistência Social, comandada por Evilásio de Farias
(PSB), é a que mais perdeu recursos. Este ano, a secretaria teve
uma dotação orçamentária de R$
403,0 milhões. Para o próximo
ano, estão previsto 181,4 milhões,
ou seja, 55% a menos.
A Secretaria de Esportes, cuja titular é Nádia Campeão (PC do B)
também perdeu receitas. Em
2002, serão 18,1% a menos, em
comparação com este ano -R$
82,9 milhões em 2001 contra R$
67,9 milhões no ano que vem.
O gabinete da prefeita também
perdeu verbas. Este ano, a previsão era de R$ 139,45 milhões. Para
2002, porém, o valor cai para R$
114,7 milhões (17,8% a menos).
A prefeitura justifica a redução
de recursos para a Secretaria de
Assistência Social argumentando
que as creches passarão para a
Educação. Na Secretaria de Esportes, a intenção é fazer convênios para cumprir boa parte do
programa da secretária.
O Legislativo também irá perder recursos em comparação com
a disponibilidade deste ano. A Câmara, que em 2001 teve um orçamento de R$ 213,6 milhões, terá
R$ 203,32 milhões em 2002 -redução de 4,9%.
O Tribunal de Contas do Município (TCM), apesar da proposta
de extinção, perderá menos percentualmente. Este ano, seu orçamento foi de R$ 76,8 milhões,
contra R$ 75,1 milhões em 2002,
ou seja, 2,2% a menos.
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