São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2001

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CAMPINAS

Adolescentes apontam um fugitivo da Febem como assassino Doze são indiciados por morte de estudante

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS


DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS

A Polícia Civil de Campinas indiciou ontem 12 jovens, de 15 a 17 anos, entre eles três meninas, por participação no assassinato do estudante Amilton José Machado Souza Júnior, 15, espancado e morto com um tiro nas costas após sair da escola estadual Adalberto Nascimento, anteontem.
A polícia disse ter chegado até o grupo com informações de estudantes da própria escola. Segundo o delegado Marcos Antônio Manfrim, o grupo admitiu o espancamento e indicou o autor do tiro, A.O., 17, o Chambinho.
Segundo o delegado, Chambinho foi estimulado a atirar. Com o estudante no chão, os outros teriam gritado "mata, mata".
O suposto assassino, fugitivo da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), teria participado do espancamento a pedido de D.B.J., 17, namorado de B.N.C., 16, que se sentia incomodada com brincadeiras do estudante morto.
Amilton foi espancado por 11 adolescentes, a maioria alunos de uma escola na Vila 31 de Março.
Nove deles foram indiciados e encaminhados para a Vara da Infância e Juventude. Dois estão foragidos, segundo a polícia.
"Ela [B.N.C." nega que tenha pedido ao namorado para bater nele, mas testemunhas a viram apontando o estudante ao grupo", disse o delegado.
Segundo ele, a arma (não encontrada), fornecida por Chambinho, foi levada por uma jovem, A.S.R., 17. A arma é de D., 17, que não participou do crime, mas também está sendo procurado.
Chambinho e D.B.J., que idealizou o espancamento, têm passagem por roubo a ônibus.
Ontem, a Secretaria da Segurança Pública informou que vai apurar a suposta demora da Polícia Militar em atender chamado da escola para conter os jovens.
A diretora da escola, Maria Cláudia Aparecida Sartori, disse que chamou a PM às 11h30, para fazer a segurança na saída dos alunos. O crime ocorreu às 11h50; os policiais teriam chegado às 12h.
Segundo o coordenador do 8º Batalhão da PM, major Flávio Luiz da Costa, um carro teria sido deslocado para o local no momento em que recebeu o pedido.

Revólver na escola
A estudante Íris Cristina de Paula Luiz, 18, foi presa anteontem à noite com um revólver calibre 22 na escola Cônego Barros, em Ribeirão Preto (314 km de SP). Ela negou ser dona da arma.



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