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Irmão reclama de falta de informação
DA SUCURSAL DO RIO
Uma das vítimas do acidente
com o avião C-130 Hércules da
FAB (Força Aérea Brasileira) foi o
segundo-sargento José Luiz de
Souza, 34.
Seu irmão, o vendedor Ernesto
França, 37, disse à Folha que, por
volta das 16h, a família recebeu da
Aeronáutica o comunicado oficial
da presença de Souza no avião,
sem mais detalhes.
"Só ficamos sabendo que ele estava no vôo e mais nada, nem como foi o acidente, nem sobre o
destino do corpo. É uma falta de
informações completa, um absurdo. Eles perderam um número, eu
perdi um irmão", afirmou.
Segundo França, seu irmão servia na Base Aérea dos Afonsos,
em Marechal Hermes (zona oeste
do Rio), de onde saiu o avião.
Ele disse também que Souza se
formou na Escola de Especialistas
de Aeronáutica, em Guaratinguetá (176 km de São Paulo), aos 18
anos, como mecânico de hélice.
O segundo-sargento vitimado
no acidente deixa mulher e dois
filhos, um menino de oito anos e
uma menina de seis anos.
Missão
O vendedor disse que seu irmão
chegou na semana passada de
uma missão de 28 dias em Porto
Rico, na América Central.
"Mal chegou e já foi chamado
para o novo trabalho. Agora
acontece o acidente, é uma tristeza muito grande", disse o irmão.
França foi ontem até a Base Aérea dos Afonsos em busca de informações sobre o irmão.
Ele afirmou que a família ainda
não decidiu se vai entrar com
uma ação judicial contra a Aeronáutica, como fizeram as famílias
de dez dos 21 mortos no acidente
registrado em 1994.
"Não temos condição de pensar
nisso agora, é muito cedo, está todo mundo sofrendo muito. Não
sabemos se houve negligência,
não sabemos nada. Quero saber o
que causou esse acidente, temos
direito", afirmou França.
Ontem, a família do sargento
Souza recebeu a solidariedade de
Celina Maria Veiga, que perdeu o
marido, o suboficial João Batista
Veiga, no acidente de 1994.
Celina disse que as famílias não
desistem de receber da Aeronáutica as indenizações por danos
morais e materiais.
"Já ganhamos na primeira e na
segunda instâncias, mas o caso
agora está nos tribunais superiores. Já que a justiça de Deus já levou as pessoas que a gente ama,
agora resta apelar para a Justiça
da terra", afirmou Celina.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA)
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