São Paulo, sexta-feira, 28 de setembro de 2001

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Irmão reclama de falta de informação

DA SUCURSAL DO RIO

Uma das vítimas do acidente com o avião C-130 Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira) foi o segundo-sargento José Luiz de Souza, 34.
Seu irmão, o vendedor Ernesto França, 37, disse à Folha que, por volta das 16h, a família recebeu da Aeronáutica o comunicado oficial da presença de Souza no avião, sem mais detalhes.
"Só ficamos sabendo que ele estava no vôo e mais nada, nem como foi o acidente, nem sobre o destino do corpo. É uma falta de informações completa, um absurdo. Eles perderam um número, eu perdi um irmão", afirmou.
Segundo França, seu irmão servia na Base Aérea dos Afonsos, em Marechal Hermes (zona oeste do Rio), de onde saiu o avião.
Ele disse também que Souza se formou na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá (176 km de São Paulo), aos 18 anos, como mecânico de hélice.
O segundo-sargento vitimado no acidente deixa mulher e dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de seis anos.

Missão
O vendedor disse que seu irmão chegou na semana passada de uma missão de 28 dias em Porto Rico, na América Central.
"Mal chegou e já foi chamado para o novo trabalho. Agora acontece o acidente, é uma tristeza muito grande", disse o irmão.
França foi ontem até a Base Aérea dos Afonsos em busca de informações sobre o irmão.
Ele afirmou que a família ainda não decidiu se vai entrar com uma ação judicial contra a Aeronáutica, como fizeram as famílias de dez dos 21 mortos no acidente registrado em 1994.
"Não temos condição de pensar nisso agora, é muito cedo, está todo mundo sofrendo muito. Não sabemos se houve negligência, não sabemos nada. Quero saber o que causou esse acidente, temos direito", afirmou França.
Ontem, a família do sargento Souza recebeu a solidariedade de Celina Maria Veiga, que perdeu o marido, o suboficial João Batista Veiga, no acidente de 1994.
Celina disse que as famílias não desistem de receber da Aeronáutica as indenizações por danos morais e materiais.
"Já ganhamos na primeira e na segunda instâncias, mas o caso agora está nos tribunais superiores. Já que a justiça de Deus já levou as pessoas que a gente ama, agora resta apelar para a Justiça da terra", afirmou Celina.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA)


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