São Paulo, segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Delegado alvo de ação judicial será promovido

Responsável pela apuração da morte de Celso Daniel, Armando Costa Filho foi indicado à classe especial pelo delegado-geral "por merecimento"

Processo apura acusações de desvios de recursos humanos da Polícia Civil para empresa de segurança e de manipulação de investigação


ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Alvo de uma ação civil pública na qual é suspeito de desviar recursos humanos e materiais da Polícia Civil para a empresa de segurança privada de sua mulher, o delegado Armando de Oliveira Costa Filho foi indicado "por merecimento" no dia 16 para ser promovido à categoria mais alta na corporação: a de delegado classe especial.
Costa Filho trabalha hoje na DIP (Divisão de Inteligência da Polícia). Ele foi um dos responsáveis pela investigação que concluiu que o assassinato do prefeito Celso Daniel (PT), de Santo André (ABC), em janeiro de 2002, foi crime comum, sem motivação política.
Promotoria e parentes de Daniel sustentaram que a morte dele foi motivada por desavenças num suposto esquema de corrupção na prefeitura da cidade que financiava campanhas de alguns políticos.
Na ação civil contra Costa Filho há uma carta anônima, supostamente escrita por um policial, que o acusa de ter recebido R$ 250 mil para que considerasse crime comum a morte de Daniel.
À época da investigação sobre a morte, Costa Filho trabalhava no DHPP (departamento de homicídios) e era chefiado por Domingos Paulo Neto, hoje delegado-geral da Polícia Civil e responsável pela indicação dele à classe especial.
Na carta, Costa Filho ainda foi acusado de desviar policiais de suas funções, bem como carros da polícia, para serem usados pela Suporte Assessoria em Segurança Ltda., empresa de Rosângela Suely Mendes de Oliveira Costa, sua mulher.
Atualmente, as contas bancárias do casal e da empresa são analisadas na ação civil que tramita na 14ª Vara da Fazenda Pública.
As promoções de Costa Filho e outros sete delegados à classe especial "por merecimento" deveriam ter sido confirmadas até o dia 22, bem como outras 57 promoções para as 1ª e 2ª classes, também "por merecimento" e "por antiguidade".
Essas promoções só não foram concluídas porque ao menos quatro delegados que se sentiram prejudicados com as indicações feitas por Paulo Neto apresentaram recursos.
Como todos os pedidos de reconsideração foram julgados improcedentes, as promoções, inclusive a de Costa Filho, deverão acontecer até sexta.


Texto Anterior: Roberto Rodrigues Ramos (1959-2009): O tenor que arrebatou corações das fiéis de Moema
Próximo Texto: Outro lado: Policial afirma desconhecer ação e ter "vida ilibada"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.