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Delegado alvo de ação judicial será promovido
Responsável pela apuração da morte de Celso Daniel, Armando Costa Filho foi indicado à classe especial pelo delegado-geral "por merecimento"
Processo apura acusações de desvios de recursos humanos da Polícia Civil para
empresa de segurança e de manipulação de investigação
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Alvo de uma ação civil pública na qual é suspeito de desviar
recursos humanos e materiais
da Polícia Civil para a empresa
de segurança privada de sua
mulher, o delegado Armando
de Oliveira Costa Filho foi indicado "por merecimento" no dia
16 para ser promovido à categoria mais alta na corporação: a
de delegado classe especial.
Costa Filho trabalha hoje na
DIP (Divisão de Inteligência da
Polícia). Ele foi um dos responsáveis pela investigação que
concluiu que o assassinato do
prefeito Celso Daniel (PT), de
Santo André (ABC), em janeiro
de 2002, foi crime comum, sem
motivação política.
Promotoria e parentes de
Daniel sustentaram que a morte dele foi motivada por desavenças num suposto esquema
de corrupção na prefeitura da
cidade que financiava campanhas de alguns políticos.
Na ação civil contra Costa Filho há uma carta anônima, supostamente escrita por um policial, que o acusa de ter recebido R$ 250 mil para que considerasse crime comum a morte
de Daniel.
À época da investigação sobre a morte, Costa Filho trabalhava no DHPP (departamento
de homicídios) e era chefiado
por Domingos Paulo Neto, hoje
delegado-geral da Polícia Civil
e responsável pela indicação
dele à classe especial.
Na carta, Costa Filho ainda
foi acusado de desviar policiais
de suas funções, bem como carros da polícia, para serem usados pela Suporte Assessoria em
Segurança Ltda., empresa de
Rosângela Suely Mendes de
Oliveira Costa, sua mulher.
Atualmente, as contas bancárias do casal e da empresa são
analisadas na ação civil que tramita na 14ª Vara da Fazenda
Pública.
As promoções de Costa Filho
e outros sete delegados à classe
especial "por merecimento"
deveriam ter sido confirmadas
até o dia 22, bem como outras
57 promoções para as 1ª e 2ª
classes, também "por merecimento" e "por antiguidade".
Essas promoções só não foram concluídas porque ao menos quatro delegados que se
sentiram prejudicados com as
indicações feitas por Paulo Neto apresentaram recursos.
Como todos os pedidos de reconsideração foram julgados
improcedentes, as promoções,
inclusive a de Costa Filho, deverão acontecer até sexta.
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