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Blumenau já teve 32 inundações em 24 anos
Relatório da UFSC feito a pedido do governo aponta que, de 1980 a 2004, mais de 800 mil pessoas ficaram desabrigadas em todo o Estado
Todas as 12 cidades hoje em estado de calamidade pública foram afetadas por algum desastre natural, segundo o documento
DA REPORTAGEM LOCAL
Blumenau sofreu 32 inundações entre 1980 e 2004. A cidade também foi atingida por deslizamentos de terra e vendavais. Em 13 ocasiões, as ocorrências foram graves e deixaram, no total, 44 pessoas mortas e 181 mil desabrigadas.
Estas informações constam
do "Atlas de Desastres Naturais
do Estado de Santa Catarina",
elaborado pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) para o governo do Estado e
concluído em 2006.
De acordo com o relatório,
mais de 800 mil pessoas já ficaram desabrigadas e 248 morreram em desastres naturais no
Estado de 1980 a 2004. Todas
as 12 cidades catarinenses com
estado de calamidade pública
decretado até ontem constam
do documento como palco de
algum desastre natural.
As cidades apontadas como
as mais propensas a deslizamentos de terra foram Blumenau, Brusque (ambas na região
do Vale do Itajaí e que sofreram
muitos danos e mortes neste
mês), Florianópolis e São José
(na região metropolitana).
A região do Vale do Itajaí, a
mais afetada pelas chuvas dos
últimos dias, é a segunda em
número de ocorrências no período de 24 anos analisado pelo
relatório, mas é a líder em
quantidade de inundações. O
maior número de ocorrências
registrado é do oeste catarinense, onde a estiagem é um dos
principais problemas.
Base para prevenção
O atlas relaciona todas as
ocorrências de enchentes, deslizamentos de terra, vendavais,
chuvas de granizo, estiagens e
marés de tempestade no período estudado. Esse relatório,
elaborado após a passagem do
furacão Catarina em 2004, tinha a intenção de prevenir novos desastres.
Se as providências recomendadas no relatório tivessem sido seguidas, mortes teriam sido
evitadas e os riscos seriam menores, na opinião de especialistas consultados pela Folha.
A coordenadora do trabalho,
a geógrafa da UFSC Maria Lúcia de Paula Herrmann, orienta, na conclusão do trabalho,
que sejam adotadas medidas
preventivas nas áreas freqüentemente atingidas, além da elaboração de um mapeamento
das áreas de risco onde há ocupação humana desordenada.
Essas recomendações foram
adotadas apenas em Florianópolis, onde ocorreram deslizamentos, mas apenas uma morte, e parcialmente em Blumenau, que mapeou as áreas do
rio Itajaí-Açu, mas não fez o
mesmo nas encostas.
(EVANDRO SPINELLI)
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