DA REPORTAGEM LOCAL

Para o coronel Leopoldo Augusto Corrêa Filho, coordenador operacional da Polícia Militar no Estado, a Ouvidoria das Polícias é "míope" em relação ao número de mortes de civis.
Corrêa Filho não contesta os dados, mas a interpretação deles pela Ouvidoria. Para ele, o número de mortos de civis mostra o aumento da violência e a melhor preparação dos policiais. A PM, que faz o trabalho ostensivo, é responsável por quase 90% das mortes de civis.
"O número de policiais também cresceu, aumentando o número de confrontos, e isso tem de ser levado em consideração", disse. Foram mais cinco mil homens para o policiamento nas ruas da Grande São Paulo em 2002.
Para ele, os criminosos estão bem armados. "De 93 a 97, apreendemos 34 granadas. De 98 até 2003, já são 619", disse o coronel, que nega falta de investigação, como afirma a Ouvidoria.
"No primeiro trimestre deste ano foram 135 PMs expulsos ou demitidos da corporação", afirmou o coronel. Esses punições não têm relação com as mortes de civis pela PM.

Secretário
O secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, disse ontem que os dados precisam ser estudados "individualmente" e que o governo vem lutando para reduzir os índices de letalidade.
Mas afirmou que os números também representam uma maior atuação da polícia. "A ação da polícia aqui é incomparavelmente maior que no resto do país. Com uma maior produção, é possível que aumente também o número de embates", afirmou.
(GILMAR PENTEADO E PALOMA COTES)


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