São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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EDUCAÇÃO

Pararam 2,6% dos 75 mil servidores, segundo prefeitura -para único sindicato em greve (dos 3 do setor), foram 40%

Greve tem pouca adesão, mas afeta CEU

DO "AGORA"

A greve dos professores municipais afetou ontem, primeiro dia de paralisação, cerca de 40% dos 75 mil servidores da educação na capital, segundo o Sinpeem (Sindicato dos Profissionais no Ensino Municipal), e 2,6%, de acordo com dados da Secretaria Municipal da Educação. A reportagem encontrou três unidades educacionais paralisadas -em dois casos, apenas parcialmente.
A paralisação afetou o CEU (Centro Educacional Unificado), principal vitrine da gestão Marta Suplicy (PT). Em Perus (zona norte), cerca de 70% dos 2.450 alunos do CEU não tiveram aula.
A prefeitura possui 441 escolas de ensino fundamental, 442 de educação infantil e 21 CEUs.
A greve contou com o apoio de apenas uma das três entidades que representam os professores, o Sinpeem, presidido pelo vereador Cláudio Fonseca (PC do B).
As demais associações do setor preferiram esperar o fim das negociações com a prefeitura, no dia 10. "Até sexta, esperamos uma maior adesão", afirmou Adelson Cavalcanti Queiróz, vice-presidente do Sinpeem.
O Sinesp (Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Fundamental) e o Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo) não aderiram. "Apoiamos o movimento", disse Maria Benedita Andrade, do Sinesp. "A paralisação de três dias não é conveniente. Pára a negociação", afirmou Ismael Palhares Júnior, do Aprofem. A categoria realiza uma assembléia amanhã para definir se continuará em greve.

Reposição
A secretária municipal da Educação, Cida Perez, disse que as aulas serão repostas. Em relação ao reajuste, o governo propôs reposição de 1,5%, que significará R$ 17 milhões a mais na folha de pagamento. A categoria reivindica aumento do piso salarial de R$ 432 para R$ 720.
A greve causou reclamações nas escolas. Rodrigo Santos Souza, 15, aluno do segundo ciclo do CEU de Perus, foi até a unidade ontem às 13h e foi informado que o escolão estava em greve.
Adenilton Oliveira Lima, 16, colega de Rodrigo, reclama das reposições. "Em vez de curtir as férias, vou ter de ficar aqui depois."
Na Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Antonio de Alcântara Machado, no Ipiranga (zona sul), de manhã, houve adesão total à greve.
Já no período da tarde e à noite, a adesão foi parcial. "Foi uma surpresa", disse Maria das Graças da Silva, 34, mãe de Jéssica Pontes, 12, que cursa a 7ª série. Ela saiu às 16h30 -o normal seria às 18h.


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