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Gregori diz que governo não pode
ajudar preso a espera de progressão
da Sucursal de Brasília
O secretário Nacional de Direitos Humanos, José Gregori, disse
ontem que "infelizmente" os cerca de 25 mil presos que aguardam
a progressão de pena de regime fechado para semi-aberto nos presídios brasileiros "têm que arrumar
advogados para fazer a petição".
Segundo Gregori, não cabe ao
governo ajudá-los. "É um problema de assessoria jurídica."
Gregori fez o comentário ao afirmar que era uma "boa notícia" o
fim da greve de fome dos sequestradores do empresário Abílio Diniz. Nove deles, estrangeiros, querem a expulsão do país, mas devem ser beneficiados temporariamente com a progressão de pena.
Para Gregori, sua secretaria não
tem porque se empenhar no auxílio a esses presos, apesar de ter sido esse um dos motivos das críticas que o governo recebeu nos últimos dias -principalmente de
entidades de direitos humanos do
exterior.
O presidente da Associação de
Defensores Públicos do Rio de Janeiro, Luiz Paulo Vieira de Carvalho, disse ontem que o governo
tem responsabilidades e não as assume. "É problema do governo,
sim. É preciso disposição política
para implementar a Defensoria
Pública Geral da União, que foi
criada pela Constituição de 88 e
regulamentada por uma lei em 94,
mas que até hoje não tem quadros", afirmou Carvalho.
Pela legislação, o preso condenado à reclusão tem direito ao regime semi-aberto desde que tenha
cumprido dois terços da pena e tenha bom comportamento, entre
outros quesitos.
Fome
Gregori disse que a greve de fome dos sequestradores de Abílio
Diniz "era um núcleo de muita
tensão e de sacrifício sem razão".
Para ele, a greve foi desnecessária
porque "as coisas estavam sendo
encaminhadas".
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