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LOTAÇÕES
Número de veículos calculado pela Prefeitura de São Paulo não atende à demanda de passageiros no horário de pico
Falha em programação superlota linhas
SILVIA AMORIM
DO "AGORA"
Nem sempre colocar para circular o número de lotações exigido
pela SPTrans, que gerencia o
transporte na cidade de São Paulo, é garantia de que a demanda de
passageiros será atendida.
Essa é a conclusão de uma avaliação feita pela reportagem, na
semana passada, sobre o serviço
prestado por 14 linhas de lotação
da capital paulista.
A 172P (Vila Zilda-Metrô Belém) é um exemplo de que a superlotação não é um problema
somente das linhas que estão circulando com uma frota menor do
que a permitida. Embora tenha
mais lotações do que o exigido pela SPTrans -33 contra 29- e um
intervalo de tempo entre os veículos menor do que o recomendado
(dez contra 13 minutos), a linha
não consegue atender a toda a demanda nos horários de pico.
Até o mês passado, a linha era
atendida por 26 ônibus. Na ocasião, a SPTrans informou que cada ônibus excluído do sistema seria substituído, na maioria dos casos, por 2,5 lotações. Mas não foi o
que aconteceu com essa linha.
Das 14 linhas avaliadas, seis circulam com mais veículos do que
pede a SPTrans. Além da Vila Zilda-Metrô Belém, há superlotação,
no horário de pico, na linha Jardim Elisa Maria-Bom Retiro, que
circula com três veículos a mais
que o estipulado pela prefeitura.
Entre as linhas vistoriadas, seis
tiveram apenas a troca de ônibus
por lotações. Nas outras, as lotações -já existentes- viraram alternativa para os passageiros de linhas de ônibus canceladas. Em tese, esse grupo deveria ampliar a
frota. De oito, apenas uma aumentou o número de veículos.
Exigência atendida
Linhas que seguem à risca a frota recomendada pela Prefeitura
de São Paulo também estão superlotadas. É o caso da Jardim
Dracena-Hospital das Clínicas.
Ela possui 20 veículos -o exigido
pela SPTrans-, mas não consegue pegar todos os passageiros
que encontra pelo caminho. "Em
horário de pico, cinco pontos depois da saída, o carro já está cheio
e não dá para entrar mais ninguém", afirmou um perueiro, que
não quis se identificar.
Das linhas que foram visitadas,
quatro circulam com o número
exato de veículos estipulado pela
SPTrans. A reportagem encontrou ainda quatro linhas que estão
operando com uma frota menor
do que a que é exigida.
Fim de linhas
Em 17 de maio deste ano, a Prefeitura de São Paulo promoveu
uma série de alterações no sistema de transporte. No total, 526 linhas sofreram alguma interferência -o equivalente a 38% dos itinerários existentes até aquela data. Dessas, 226 foram extintas,
sendo 71% de lotações, que transportavam 130 mil pessoas por dia.
Outras 300 linhas tiveram, no
mínimo, o número da linha alterado. Essas foram as primeiras
medidas para a implementação
do novo sistema de transporte,
prevista para o próximo mês.
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