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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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LOTAÇÕES

Número de veículos calculado pela Prefeitura de São Paulo não atende à demanda de passageiros no horário de pico

Falha em programação superlota linhas

SILVIA AMORIM
DO "AGORA"

Nem sempre colocar para circular o número de lotações exigido pela SPTrans, que gerencia o transporte na cidade de São Paulo, é garantia de que a demanda de passageiros será atendida.
Essa é a conclusão de uma avaliação feita pela reportagem, na semana passada, sobre o serviço prestado por 14 linhas de lotação da capital paulista.
A 172P (Vila Zilda-Metrô Belém) é um exemplo de que a superlotação não é um problema somente das linhas que estão circulando com uma frota menor do que a permitida. Embora tenha mais lotações do que o exigido pela SPTrans -33 contra 29- e um intervalo de tempo entre os veículos menor do que o recomendado (dez contra 13 minutos), a linha não consegue atender a toda a demanda nos horários de pico.
Até o mês passado, a linha era atendida por 26 ônibus. Na ocasião, a SPTrans informou que cada ônibus excluído do sistema seria substituído, na maioria dos casos, por 2,5 lotações. Mas não foi o que aconteceu com essa linha.
Das 14 linhas avaliadas, seis circulam com mais veículos do que pede a SPTrans. Além da Vila Zilda-Metrô Belém, há superlotação, no horário de pico, na linha Jardim Elisa Maria-Bom Retiro, que circula com três veículos a mais que o estipulado pela prefeitura.
Entre as linhas vistoriadas, seis tiveram apenas a troca de ônibus por lotações. Nas outras, as lotações -já existentes- viraram alternativa para os passageiros de linhas de ônibus canceladas. Em tese, esse grupo deveria ampliar a frota. De oito, apenas uma aumentou o número de veículos.

Exigência atendida
Linhas que seguem à risca a frota recomendada pela Prefeitura de São Paulo também estão superlotadas. É o caso da Jardim Dracena-Hospital das Clínicas. Ela possui 20 veículos -o exigido pela SPTrans-, mas não consegue pegar todos os passageiros que encontra pelo caminho. "Em horário de pico, cinco pontos depois da saída, o carro já está cheio e não dá para entrar mais ninguém", afirmou um perueiro, que não quis se identificar.
Das linhas que foram visitadas, quatro circulam com o número exato de veículos estipulado pela SPTrans. A reportagem encontrou ainda quatro linhas que estão operando com uma frota menor do que a que é exigida.

Fim de linhas
Em 17 de maio deste ano, a Prefeitura de São Paulo promoveu uma série de alterações no sistema de transporte. No total, 526 linhas sofreram alguma interferência -o equivalente a 38% dos itinerários existentes até aquela data. Dessas, 226 foram extintas, sendo 71% de lotações, que transportavam 130 mil pessoas por dia.
Outras 300 linhas tiveram, no mínimo, o número da linha alterado. Essas foram as primeiras medidas para a implementação do novo sistema de transporte, prevista para o próximo mês.


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