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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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Resistências emperram negociação

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Tribunal de Alçada Civil deu, segundo o próprio movimento dos sem-teto, um fôlego de dez dias para tentar uma negociação com a Volkswagen e a Prefeitura de São Bernardo do Campo. Ontem, porém, reuniões entre as três partes revelaram resistências e mostraram que um acordo não será fácil.
Ao mesmo tempo em que os invasores se recusam a deixar a área, a prefeitura e a empresa disseram que não aceitam acordo enquanto o terreno de 170 mil m2 permanecer ocupado.
"A empresa pode negociar com o movimento a venda do terreno após a desocupação. A companhia não quer negociar sob pressão", afirmou o representante da empresa, Eduardo Barros, após reunião realizada ontem no Comando de Policiamento de Área do Grande ABC, em Santo André.
Na opinião do advogado Amílcar Aquino Navarro, representante da OAB de São Paulo, faltou uma maior flexibilidade nas negociações. "Se houvesse a proposta do cadastramento e de um prazo para as pessoas serem atendidas, acredito que o movimento aceitaria a proposta."
O prefeito de São Bernardo do Campo, Willian Dib (PSB), disse ontem que o município não negociará com os ocupantes da área. Para ele, a ocupação foi uma "invasão politicamente importada".
O prefeito se recusou ontem a atender uma comissão de sem-teto. "Não é com invasão que a gente vai fazer política habitacional. Quem mora no município, em favelas, está sendo atendido pelos programas da prefeitura. Não existe habitante sem teto em São Bernardo. Então não há por que eu atender os invasores."


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