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Resistências emperram negociação
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Tribunal de Alçada Civil deu, segundo o próprio
movimento dos sem-teto, um fôlego de dez dias para tentar uma
negociação com a Volkswagen e a
Prefeitura de São Bernardo do
Campo. Ontem, porém, reuniões
entre as três partes revelaram resistências e mostraram que um
acordo não será fácil.
Ao mesmo tempo em que os invasores se recusam a deixar a
área, a prefeitura e a empresa disseram que não aceitam acordo
enquanto o terreno de 170 mil m2
permanecer ocupado.
"A empresa pode negociar com
o movimento a venda do terreno
após a desocupação. A companhia não quer negociar sob pressão", afirmou o representante da
empresa, Eduardo Barros, após
reunião realizada ontem no Comando de Policiamento de Área
do Grande ABC, em Santo André.
Na opinião do advogado Amílcar Aquino Navarro, representante da OAB de São Paulo, faltou
uma maior flexibilidade nas negociações. "Se houvesse a proposta do cadastramento e de um prazo para as pessoas serem atendidas, acredito que o movimento
aceitaria a proposta."
O prefeito de São Bernardo do
Campo, Willian Dib (PSB), disse
ontem que o município não negociará com os ocupantes da área.
Para ele, a ocupação foi uma "invasão politicamente importada".
O prefeito se recusou ontem a
atender uma comissão de sem-teto. "Não é com invasão que a gente vai fazer política habitacional.
Quem mora no município, em favelas, está sendo atendido pelos
programas da prefeitura. Não
existe habitante sem teto em São
Bernardo. Então não há por que
eu atender os invasores."
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