São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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Empresária ainda espera por irmão e sobrinho

DA REPORTAGEM LOCAL

Bem que dona Irenice tentou se manter forte. Irmã do empresário potiguar Ivanaldo Arruda da Cunha, 51, que viajava no vôo da TAM em companhia da mulher Zenilda Otília dos Santos, 44, e dos filhos Caio, 13, e Ana Carolina, 10, ela estava disposta a voltar ao serviço na segunda-feira e enfrentar as lembranças, ainda que os corpos dos parentes não tivessem sido reconhecidos.
Seu trabalho era administrar um dos postos de gasolina de Ivanaldo, função que desempenhava na mesma sala em que o irmão e a cunhada. Adiou a volta por conta da missa de sétimo dia, que foi realizada na tarde da segunda e, durante a cerimônia, ao saber que o corpo de Ana Carolina havia sido identificado, acabou passando mal.
Sob orientação médica, passou a terça-feira em repouso, ao lado do telefone, esperando mais notícias do IML de São Paulo. A decisão da família já estava tomada: o enterro aconteceria apenas depois que os quatro corpos fossem encontrados. O telefone tocou naquele dia e, dessa vez, era Zenilda que tinha sido reconhecida. Faltavam o irmão e o sobrinho.
Na quarta-feira, Irenice foi ao trabalho e não recebeu mais notícias. Ficou aflita. "A gente sabia que ia demorar, mas acreditamos que, por terem encontrado dois corpos, os outros também seriam reconhecidos em seguida", contou Leonardo, filho de Irenice, na sexta-feira. "Mas, até agora, não tivemos mais nenhuma informação."
Os corpos de mãe e filha aguardam no IML. Em Natal, os parentes mantêm a casa da família em ordem até decidir o que fazer com ela. Na quinta-feira, Leonardo resolveu pegar Nina, a cadelinha dos primos, e levar para dar uma volta. "Ela está tão triste que dá pena. Parece que entende tudo." Foi a forma que encontrou para aliviar a própria dor. "Me senti útil. Não tem nada que a gente possa fazer, a não ser esperar..."
O tio, afirmou, havia pedido para ser enterrado em São Paulo, cidade onde tinha feito a vida. "A gente já fez uma lista, que tem umas 15 pessoas, e quando encontrarem o corpo vamos todos para o enterro. Vai ser a nossa despedida", disse. "Só queremos que não demore demais porque o tempo passa e a tristeza aumenta." (DT)


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