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Empresária ainda espera por irmão e sobrinho
DA REPORTAGEM LOCAL
Bem que dona Irenice tentou
se manter forte. Irmã do empresário potiguar Ivanaldo Arruda da Cunha, 51, que viajava
no vôo da TAM em companhia
da mulher Zenilda Otília dos
Santos, 44, e dos filhos Caio, 13,
e Ana Carolina, 10, ela estava
disposta a voltar ao serviço na
segunda-feira e enfrentar as
lembranças, ainda que os corpos dos parentes não tivessem
sido reconhecidos.
Seu trabalho era administrar
um dos postos de gasolina de
Ivanaldo, função que desempenhava na mesma sala em que o
irmão e a cunhada. Adiou a volta por conta da missa de sétimo
dia, que foi realizada na tarde
da segunda e, durante a cerimônia, ao saber que o corpo de Ana
Carolina havia sido identificado, acabou passando mal.
Sob orientação médica, passou a terça-feira em repouso, ao
lado do telefone, esperando
mais notícias do IML de São
Paulo. A decisão da família já
estava tomada: o enterro aconteceria apenas depois que os
quatro corpos fossem encontrados. O telefone tocou naquele dia e, dessa vez, era Zenilda
que tinha sido reconhecida.
Faltavam o irmão e o sobrinho.
Na quarta-feira, Irenice foi
ao trabalho e não recebeu mais
notícias. Ficou aflita. "A gente
sabia que ia demorar, mas acreditamos que, por terem encontrado dois corpos, os outros
também seriam reconhecidos
em seguida", contou Leonardo,
filho de Irenice, na sexta-feira.
"Mas, até agora, não tivemos
mais nenhuma informação."
Os corpos de mãe e filha
aguardam no IML. Em Natal,
os parentes mantêm a casa da
família em ordem até decidir o
que fazer com ela. Na quinta-feira, Leonardo resolveu pegar
Nina, a cadelinha dos primos, e
levar para dar uma volta. "Ela
está tão triste que dá pena. Parece que entende tudo." Foi a
forma que encontrou para aliviar a própria dor. "Me senti
útil. Não tem nada que a gente
possa fazer, a não ser esperar..."
O tio, afirmou, havia pedido
para ser enterrado em São Paulo, cidade onde tinha feito a vida. "A gente já fez uma lista, que
tem umas 15 pessoas, e quando
encontrarem o corpo vamos todos para o enterro. Vai ser a
nossa despedida", disse. "Só
queremos que não demore demais porque o tempo passa e a
tristeza aumenta."
(DT)
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