|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Médico é morto perto de hospital em SP
Pediatra carioca dava plantão em instituição da zona leste; ele recebeu várias facadas e foi encontrado em estacionamento
Sindicato da categoria diz que 41% dos médicos que trabalham em SP já sofreram violência no ambiente de trabalho
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico Amauri Vicente
dos Santos, 41, foi encontrado
morto a facadas, por volta das
21h de anteontem, ao lado do
seu carro no estacionamento
do hospital onde trabalhava em
Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo.
Segundo a Polícia Militar,
Santos morava no Rio de Janeiro e trabalhava no Hospital Paranaguá havia dois anos como
pediatra. O médico viajava de
carro toda sexta-feira para dar
plantão no hospital, que atende
pacientes particulares e de planos de saúde.
De acordo com o hospital, o
médico entrou para trabalhar
no plantão às 19h. Em seguida,
foi até uma padaria próxima à
instituição para fazer um lanche. Depois disso, foi encontrado morto, ao lado da sua picape
Ranger, estacionada há poucos
metros do hospital. Tinha perfurações em várias partes do
corpo. Ninguém foi preso.
Não havia funcionários no
estacionamento no momento
do crime. A polícia trabalha
com a hipótese de vingança, já
que nada foi roubado. O DHPP
(Departamento de Homicídios
e Proteção à Pessoa) já assumiu
a investigação do caso.
Na manhã de ontem, um médico de um hospital da região,
que pediu para não ser identificado, disse à Folha que nos últimos tempos aconteceram vários casos de agressão de pacientes contra os médicos por
causa da falta de recursos e de
profissionais na região. Mesmo
em hospitais particulares, segundo ele, condições de trabalho estão precárias, principalmente em relação à segurança.
Ontem, o Simesp (Sindicato
dos Médicos do Estado de São
Paulo) distribuiu nota denunciando que o crime é mais um
indicador da violência praticada contra os médicos, principalmente os que trabalham nas
periferias das grandes cidades.
Segundo o médico e advogado Cid Carvalhaes, presidente
do sindicato, as autoridades
das áreas da saúde e da segurança vêm sendo alertadas sobre o problema há vários meses. "Mas não obtivemos nenhuma resposta satisfatória."
Uma das soluções propostas
pelo sindicato é a permanência
de policiamento ostensivo nos
hospitais e prontos-socorros.
Pesquisa sobre violência feita pelo Simesp indica que 41%
dos médicos que trabalham em
São Paulo já sofreram algum tipo de violência no ambiente de
trabalho.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
Texto Anterior: PMs são presos por roubo de caixa eletrônico Próximo Texto: Promoções descontrolam consumistas fanáticas por liquidação Índice
|