São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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Médico é morto perto de hospital em SP

Pediatra carioca dava plantão em instituição da zona leste; ele recebeu várias facadas e foi encontrado em estacionamento

Sindicato da categoria diz que 41% dos médicos que trabalham em SP já sofreram violência no ambiente de trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

O médico Amauri Vicente dos Santos, 41, foi encontrado morto a facadas, por volta das 21h de anteontem, ao lado do seu carro no estacionamento do hospital onde trabalhava em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo.
Segundo a Polícia Militar, Santos morava no Rio de Janeiro e trabalhava no Hospital Paranaguá havia dois anos como pediatra. O médico viajava de carro toda sexta-feira para dar plantão no hospital, que atende pacientes particulares e de planos de saúde.
De acordo com o hospital, o médico entrou para trabalhar no plantão às 19h. Em seguida, foi até uma padaria próxima à instituição para fazer um lanche. Depois disso, foi encontrado morto, ao lado da sua picape Ranger, estacionada há poucos metros do hospital. Tinha perfurações em várias partes do corpo. Ninguém foi preso.
Não havia funcionários no estacionamento no momento do crime. A polícia trabalha com a hipótese de vingança, já que nada foi roubado. O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) já assumiu a investigação do caso.
Na manhã de ontem, um médico de um hospital da região, que pediu para não ser identificado, disse à Folha que nos últimos tempos aconteceram vários casos de agressão de pacientes contra os médicos por causa da falta de recursos e de profissionais na região. Mesmo em hospitais particulares, segundo ele, condições de trabalho estão precárias, principalmente em relação à segurança.
Ontem, o Simesp (Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo) distribuiu nota denunciando que o crime é mais um indicador da violência praticada contra os médicos, principalmente os que trabalham nas periferias das grandes cidades.
Segundo o médico e advogado Cid Carvalhaes, presidente do sindicato, as autoridades das áreas da saúde e da segurança vêm sendo alertadas sobre o problema há vários meses. "Mas não obtivemos nenhuma resposta satisfatória."
Uma das soluções propostas pelo sindicato é a permanência de policiamento ostensivo nos hospitais e prontos-socorros.
Pesquisa sobre violência feita pelo Simesp indica que 41% dos médicos que trabalham em São Paulo já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. (CLÁUDIA COLLUCCI)


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