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São Paulo, sexta-feira, 29 de agosto de 2003

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SEGURANÇA

Informação apontará se houve troca de notas

Promotoria quer saber se polícia tem número de série de dólares falsos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público de São Paulo irá apurar se a Polícia Civil registrou o número de série dos dólares falsos apreendidos com um traficante em 87 e que podem ter sido desviados do Departamento de Narcóticos (Denarc). Em 16 anos, sumiram dos cofres da unidade US$ 582 mil dos US$ 1,850 milhão achados na época.
Segundo a Folha apurou, a auditoria interna feita pelo Denarc no último ano não conseguiu encontrar tal relação. Ou seja, se confirmada a falta dessa informação, não será possível saber se os dólares recolhidos até agora pela Justiça -US$ 1,265 milhão- são os da apreensão de 87 nem se foram "lavados" após o desvio.
"Quando da apreensão, os dólares precisavam ter sido catalogados", afirma Saad Mazloum, promotor da cidadania da capital.
No documento de apreensão dos dólares, segundo a Justiça Federal, consta apenas a descrição de 185 pacotes, cada um de US$ 10 mil. A assessoria do Tribunal Regional Federal de São Paulo não soube informar se há outros documentos com a numeração de série no processo sobre o caso.
O caso dos "dólares fantasmas" foi descoberto pela juíza-corregedora do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) da capital, Ivana David Boriero, no ano passado. Ao assumir, ela determinou o recolhimento de tudo que o órgão havia fornecido ao Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), extinto pela PM após denúncias de irregularidades. Parte dos dólares- US$ 601 mil- veio no pacote, pois tinha sido repassado pelo Dipo para ações do serviço de inteligência da PM.
Para a juíza, apenas a Justiça Federal poderia ter liberado o dinheiro para investigações do Denarc. Havia uma autorização de 92, do Dipo, liberando as notas para a unidade de narcóticos.
Ontem, a Justiça Federal ainda não havia decidido qual seria o destino dos US$ 664 mil devolvidos pelo Denarc nem quais medidas seriam tomadas em relação aos US$ 582 mil não devolvidos.


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