São Paulo, terça, 29 de setembro de 1998

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ONG católica defende escolha

da Reportagem Local

A organização não-governamental (ONG) Católicas pelo Direito de Decidir criticou a pressão que membros da Igreja Católica estão fazendo para impedir o aborto de C.B.S..
"Estão fazendo uma pressão descabida para mudar a opinião da família da garota. Eles têm todo o direito de decidir pelo aborto, se julgam ser a medida correta", diz a coordenadora da ONG, Maria José Rosado Nunes.
Há duas semanas, desde que a gravidez da menina se tornou pública, fiéis, padres e até o bispo da região, dom Washington da Cruz, fazem visitas permanentes à casa de C.B.S. na tentativa de convencer seus pais a desistir do aborto.
"É legítimo o bispo ir conversar com os pais, mas recorrer à religião para demover os pais a mudar uma decisão é inaceitável. Essa pressão é uma afronta à dignidade da pessoa humana", diz Maria José.
Para ela, a igreja de Israelândia está tentando esconder a violência contra C.B.S. para justificar a continuidade da gravidez. "A família e a própria menina já se manifestaram contra esse bebê, acham que seria acabar com a vida de C.B.S. Tentar convencê-los do contrário é antievangélico, um absurdo."
A freira Zélia Maria da Rocha, responsável pela Igreja Católica em Israelândia (cidade com 2,5 mil habitantes), afirma que as visitas à casa de C.B.S. são feitas para "dar apoio à criança e sua família nesse momento difícil".



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