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POLÍCIA
Premiação de atos de bravura será revogada pela Secretaria da Segurança do Rio; extorsão também será punida
PM acusado de tortura perde gratificação
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
O secretário de Estado da Segurança Pública do Rio, coronel
Noaldo Alves Silva, determinou
ontem que policiais militares presos sob acusações de tortura e extorsão percam de imediato suas
gratificações por atos de bravura.
Dos nove PMs presos na sexta-feira passada em flagrante sob
essas acusações, pelo menos dois
perderão suas gratificações: os
sargentos do Serviço Reservado
do 9º BPM (Batalhão de Polícia
Militar) Hermes Ramos de Carvalho e Harley Pereira.
Eles foram promovidos e gratificados recentemente por supostos
atos de bravura. Silva mandou que
a situação dos outros sete PMs fosse investigada, para saber se também têm gratificações.
Além disso, o Comando Geral da
Polícia Militar determinou que os
nove presos em flagrante respondam ao Conselho Disciplinar da
PM. Em até 30 dias, o conselho poderá decidir pela expulsão desses
policiais da corporação.
Os nove PMs responderão também na Justiça comum pela suposta prática de crimes hediondos, como tortura e extorsão. Eles
foram presos em duas operações
comandadas pela 1ª DPJM (Delegacia de Polícia Judiciária Militar).
Denúncias de supostas vítimas
provocaram as prisões.
Os PMs perderam o privilégio de
ser julgados pela Auditoria de Justiça Militar. Para o chefe da 1ª
DPJM, coronel Valdemir Martins
da Silva, eles são culpados. Todos
se disseram inocentes.
O primeiro grupo de PMs (dois
sargentos, dois cabos e um soldado do 22º BPM, em Benfica, zona
norte) está sendo acusado de
prender ilegalmente e torturar o
pedreiro José Nilton Gomes, 38.
Ele teria sido confundido com
um traficante da favela Nelson
Mandela, em Bonsucesso (zona
norte), e preso. Os PMs teriam
exigido R$ 10 mil para libertá-lo.
O coronel Martins afirmou que,
após receber denúncia de uma irmã do pedreiro, agentes da 1ª
DPJM prenderam os PMs em flagrante. Eles haviam marcado um
encontro com a irmã do pedreiro
para negociar a sua libertação.
O segundo caso envolve dois
sargentos e dois soldados (um deles é mulher) do Serviço Reservado do 9º BPM. Três rapazes denunciaram que, no último dia 17,
haviam sido sequestrados e espancados por esses PMs.
Moradores do conjunto habitacional Cidade de Deus, em Jacarepaguá (zona oeste), os três foram
acusados de assalto. Levados pelos
PMs, disseram que foram espancados e tiveram relógios, pulseiras
e dinheiro roubados.
Os quatro PMs teriam então exigido R$ 2.000 para que não voltassem a importunar os três. Segundo o coronel Martins, os PMs foram presos em flagrante quando
exigiam o dinheiro.
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