São Paulo, terça, 29 de setembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresa tenta na Justiça retomar derrame de ácido de navio no RS

LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

A seguradora Liverpool & London e a empresa Chemoil International pediram à Justiça Federal do Rio Grande do Sul que seja retomado o despejo das 6.000 toneladas de ácido sulfúrico que ainda estão dentro do navio Bahamas.
O navio está no porto de Rio Grande há um mês -no canal entre a lagoa dos Patos e o mar- com uma rachadura no casco.
O juiz federal Ricardo Nske negou o pedido na tarde de ontem, mas os autores recorrerão ao TRF (Tribunal Regional Federal).
A alegação é que o vazamento monitorado pode ser a solução menos traumática, pois, caso o ácido corroa o navio e atinja a água de uma única vez, os danos ambientais seriam maiores.
O vazamento do produto tóxico começou no início de setembro. O Bahamas tinha 12 mil toneladas de ácido. Por causa do acidente, corria o risco de explodir.
No último dia 13, a Justiça proibiu o derrame proposital do ácido no mar para evitar a explosão e definiu multa de R$ 5 milhões diários se a ordem de retirar o ácido do local fosse descumprida.
O prazo para a empresa retirar o produto tóxico do navio terminou no último sábado.
Como a ordem não foi cumprida, a Chemoil (proprietária do Bahamas) já acumula, hoje, uma dívida judicial de R$ 20 milhões.
O derrame do produto tóxico, de forma gradual, foi decidido como solução, de acordo com a administração do porto, para evitar danos ambientais maiores.
A empresa e a seguradora tentam ainda diminuir o valor da multa diária para R$ 200 mil.
Um derramamento de óleo lubrificante ontem à tarde contaminou 1 km de extensão do mesmo canal onde está o Bahamas.
Segundo pescadores, o líquido deve ter vazado após a limpeza de alguma embarcação.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.