São Paulo, segunda-feira, 29 de outubro de 2001

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UNE e Ubes comandam o boicote que resultou na anulação das provas no Colégio de Aplicação, no Rio

Reitor diz que UFRJ processará invasores

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

CLEO GUIMARÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O reitor da UFRJ, José Henrique Vilhena, informou que a universidade vai processar as pessoas que invadiram ontem o Colégio de Aplicação (CAP), na Lagoa (zona sul) -um dos locais de prova da universidade federal-, impedindo que 570 estudantes fizessem o vestibular. Segundo ele, os invasores estão sendo identificados pela polícia.
Vilhena afirma que não cogitou em nenhum momento adiar as provas de ontem, mesmo existindo liminares contra sua realização no sábado à noite.
Para o reitor, não há possibilidade de todas as provas virem a ser anuladas. Ele também não crê que os vestibulandos entrem com ações judiciais pleiteando isso.
A UEE (União Estadual dos Estudantes) informa que pretende entrar com uma ação coletiva pedindo a anulação de todo o vestibular da UFRJ.
A comissão do vestibular disse que não há previsão de data para a repetição dos exames cancelados.

Invasão
O CAP foi invadido por cerca de 25 universitários e estudantes secundaristas ligados à UNE (União Nacional dos Estudantes), à Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a vários centros acadêmicos.
O grupo de estudantes entrou na escola pela porta da frente às 8h50 -dez minutos antes de a prova ser iniciada- e tomou os cartões de resposta de dezenas de vestibulandos. Houve um princípio de tumulto e quatro pessoas foram detidas pela Polícia Militar.
A candidata Layla Gomes, que disputa uma vaga para a Faculdade de Economia, contou que duas pessoas entraram na sala logo depois de receber o cartão de respostas. "Eles disseram que o prédio estava ocupado e que a prova não seria realizada."
"Entrei lá para inviabilizar a prova mesmo. Estava seguindo ordens do Conselho Superior Universitário", disse Edmilson Rosário, estudante de direito da Universidade Federal de Juiz de Fora, em referência à decisão do conselho da UFRJ que havia votado o adiamento do vestibular.
Segundo Eduardo Almeida, diretor da UNE, as manifestações de ontem foram planejadas pelo Comando Nacional de Greve e envolveram estudantes e militantes de Estados como Minas Gerais, Paraná e São Paulo.
A falta de segurança no local foi criticada pelos vestibulandos. "Não tinha nenhum guarda aqui de manhã", afirmou a vestibulanda Renata de Castro.
Hoje, às 16h, os estudantes realizam passeata em protesto contra a violência durante o vestibular.


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