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UNE e Ubes comandam o boicote que resultou na anulação das provas no Colégio de Aplicação, no Rio
Reitor diz que UFRJ processará invasores
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
CLEO GUIMARÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O reitor da UFRJ, José Henrique
Vilhena, informou que a universidade vai processar as pessoas que
invadiram ontem o Colégio de
Aplicação (CAP), na Lagoa (zona
sul) -um dos locais de prova da
universidade federal-, impedindo que 570 estudantes fizessem o
vestibular. Segundo ele, os invasores estão sendo identificados
pela polícia.
Vilhena afirma que não cogitou
em nenhum momento adiar as
provas de ontem, mesmo existindo liminares contra sua realização
no sábado à noite.
Para o reitor, não há possibilidade de todas as provas virem a
ser anuladas. Ele também não crê
que os vestibulandos entrem com
ações judiciais pleiteando isso.
A UEE (União Estadual dos Estudantes) informa que pretende
entrar com uma ação coletiva pedindo a anulação de todo o vestibular da UFRJ.
A comissão do vestibular disse
que não há previsão de data para a
repetição dos exames cancelados.
Invasão
O CAP foi invadido por cerca de
25 universitários e estudantes secundaristas ligados à UNE (União
Nacional dos Estudantes), à Ubes
(União Brasileira dos Estudantes
Secundaristas) e a vários centros
acadêmicos.
O grupo de estudantes entrou
na escola pela porta da frente às
8h50 -dez minutos antes de a
prova ser iniciada- e tomou os
cartões de resposta de dezenas de
vestibulandos. Houve um princípio de tumulto e quatro pessoas
foram detidas pela Polícia Militar.
A candidata Layla Gomes, que
disputa uma vaga para a Faculdade de Economia, contou que duas
pessoas entraram na sala logo depois de receber o cartão de respostas. "Eles disseram que o prédio estava ocupado e que a prova
não seria realizada."
"Entrei lá para inviabilizar a
prova mesmo. Estava seguindo
ordens do Conselho Superior
Universitário", disse Edmilson
Rosário, estudante de direito da
Universidade Federal de Juiz de
Fora, em referência à decisão do
conselho da UFRJ que havia votado o adiamento do vestibular.
Segundo Eduardo Almeida, diretor da UNE, as manifestações de
ontem foram planejadas pelo Comando Nacional de Greve e envolveram estudantes e militantes
de Estados como Minas Gerais,
Paraná e São Paulo.
A falta de segurança no local foi
criticada pelos vestibulandos.
"Não tinha nenhum guarda aqui
de manhã", afirmou a vestibulanda Renata de Castro.
Hoje, às 16h, os estudantes realizam passeata em protesto contra
a violência durante o vestibular.
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