|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-financista fabrica fantasias
DA SUCURSAL DO RIO
Trocar um emprego estável no
mercado financeiro para se dedicar exclusivamente a um ateliê de
confecção de fantasias para o Carnaval pode parece loucura, mas
foi a opção tomada por Ricardo
Wandeveld, 41.
Ele trabalhava no fundo de pensão Aeros, dos funcionários da
Varig, e tocava paralelamente seu
ateliê. Até que desenvolveu síndrome do pânico e sofreu um infarto aos 34 anos. "Não agüentei o
estresse e o acúmulo de trabalho.
Optei por me dedicar somente ao
Carnaval. Estou hoje mais feliz."
Wandeveld faz fantasias para
Salgueiro, Unidos da Tijuca, Vila
Isabel, Império Serrano e Caprichosos de Pilares. Ele compra das
escolas o protótipo da fantasia
por cerca de R$ 1.500 -as peça
têm de seguir à risca o modelo original desenhado pelo carnavalesco. Arca com todos os custos de
confecção e fica responsável pela
comercialização das roupas. "Se
encalhar, tenho prejuízo, embora
isso dificilmente aconteça."
O empresário vende cada fantasia pelo preço médio de R$ 400.
Paga R$ 600 a suas costureiras e
R$ 800 à chefe da oficina.
Ele diz que atualmente vive apenas com o dinheiro que consegue
ganhar com o ateliê. O trabalho é
intenso de setembro a fevereiro.
No resto do ano, faz pequenos
trabalhos em sua confecção.
Sérgio Eduardo Silva é outro
profissional do Carnaval. Há cinco anos trabalha com alegorias.
Egresso da Portela, passou a chefiar neste ano a pequena equipe
de decoradores de carros da Unidos da Tijuca. Antes, trabalhava
como auxiliar administrativo.
"Sempre gostei muito de Carnaval. Fiz até um curso universitário. Foi lá que tive a primeira
oportunidade", conta.
Ele afirma que ganha o suficiente para se manter. "É mais do que
o salário de um médico da Prefeitura do Rio." Ele não quis revelar
seu rendimento.
Empregada no ateliê da Tijuca,
Andréa Fernandes, 30, deixou a
fábrica na qual trabalhava também como costureira para fazer
fantasias e adereços. Diz que a
ocupação atual é mais "divertida", embora o volume de trabalho seja maior.
Sua colega de ateliê, Edna Santos, 53, afirma que está satisfeita
com o trabalho, que realiza desde
1985. "Se estivesse por aí, ganharia o mínimo. Como costureira,
há a garantia do piso, que é de R$
385". A escola, conta, paga mais,
sem revelar quanto. (PS)
Texto Anterior: Carnaval: Verba não assegura resultado na avenida Próximo Texto: Escola pequena gasta R$ 2 mi Índice
|