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Escola pequena gasta R$ 2 mi
DA SUCURSAL DO RIO
As escolas de samba mais estruturadas buscam diversificar suas
fontes de receita, mas ainda existem agremiações que dependem
quase que exclusivamente de recursos repassados pela Prefeitura
do Rio e pela Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) para
montar seus desfiles.
Em tempos de patrocínios polpudos, escolas como Império Serrano, Caprichosos de Pilares e
Unidos da Tijuca desenvolvem
seus enredos praticamente apenas com o "dinheiro oficial".
Cada escola recebeu neste ano
R$ 360 mil da Prefeitura do Rio,
que tem interesse em promover o
Carnaval para atrair turistas.
Outro quinhão vem da Liesa,
que distribui a maior parte dos recursos arrecadados com a venda
de ingressos, camarotes e direitos
de transmissão de TV entre as
agremiações. O dinheiro obtido
com a venda do CD com os sambas do ano também é rateado.
A divisão só não é igualitária no
caso dos ingressos e camarotes
-as mais bem colocadas recebem um pouco mais. Procurada
para detalhar a distribuição e informar o valor repassado a cada
escola, a Liesa não se pronunciou
até a conclusão desta edição.
A Liesa é uma entidade de direito privado, cuja direção é escolhida a partir de uma composição
política entre os presidentes das
escolas. Não há eleição direta. A
liga é responsável por toda organização dos desfiles do Grupo Especial na Sapucaí e pela venda de
ingressos. Cuida ainda da gravação do CD e negocia o direito de
transmissões com a TV Globo.
Com esses recursos e mais o que
a escola arrecada com os ensaios
na quadra e contribuições de
"simpatizantes", uma agremiação
de porte menor eleva seu orçamento para a casa dos R$ 2 milhões. O dinheiro já dá para fazer
um bom Carnaval, dependendo
da criatividade, diz Paulo Barros,
carnavalesco da Unidos da Tijuca.
O dinheiro, porém, é pouco se
comparado ao gasto pelas chamadas grandes. A Grande Rio conseguiu um patrocínio de R$ 2,5 milhões neste ano, além do que recebe da liga. A Mangueira foi mais
longe: terá R$ 4,5 milhões da Petrobras e da Eletrobrás.
Outras escolas também têm patrocínio: Mocidade Independente
(TIM e empresas italianas), Tradição (Monsanto e empresários
da soja), Imperatriz Leopoldinense (Câmara de Comércio Dinamarca-Brasil) e Portela, que tem o
apoio inusitado da ONU. (PS)
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