São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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Escola pequena gasta R$ 2 mi

DA SUCURSAL DO RIO

As escolas de samba mais estruturadas buscam diversificar suas fontes de receita, mas ainda existem agremiações que dependem quase que exclusivamente de recursos repassados pela Prefeitura do Rio e pela Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) para montar seus desfiles.
Em tempos de patrocínios polpudos, escolas como Império Serrano, Caprichosos de Pilares e Unidos da Tijuca desenvolvem seus enredos praticamente apenas com o "dinheiro oficial".
Cada escola recebeu neste ano R$ 360 mil da Prefeitura do Rio, que tem interesse em promover o Carnaval para atrair turistas.
Outro quinhão vem da Liesa, que distribui a maior parte dos recursos arrecadados com a venda de ingressos, camarotes e direitos de transmissão de TV entre as agremiações. O dinheiro obtido com a venda do CD com os sambas do ano também é rateado.
A divisão só não é igualitária no caso dos ingressos e camarotes -as mais bem colocadas recebem um pouco mais. Procurada para detalhar a distribuição e informar o valor repassado a cada escola, a Liesa não se pronunciou até a conclusão desta edição.
A Liesa é uma entidade de direito privado, cuja direção é escolhida a partir de uma composição política entre os presidentes das escolas. Não há eleição direta. A liga é responsável por toda organização dos desfiles do Grupo Especial na Sapucaí e pela venda de ingressos. Cuida ainda da gravação do CD e negocia o direito de transmissões com a TV Globo.
Com esses recursos e mais o que a escola arrecada com os ensaios na quadra e contribuições de "simpatizantes", uma agremiação de porte menor eleva seu orçamento para a casa dos R$ 2 milhões. O dinheiro já dá para fazer um bom Carnaval, dependendo da criatividade, diz Paulo Barros, carnavalesco da Unidos da Tijuca.
O dinheiro, porém, é pouco se comparado ao gasto pelas chamadas grandes. A Grande Rio conseguiu um patrocínio de R$ 2,5 milhões neste ano, além do que recebe da liga. A Mangueira foi mais longe: terá R$ 4,5 milhões da Petrobras e da Eletrobrás.
Outras escolas também têm patrocínio: Mocidade Independente (TIM e empresas italianas), Tradição (Monsanto e empresários da soja), Imperatriz Leopoldinense (Câmara de Comércio Dinamarca-Brasil) e Portela, que tem o apoio inusitado da ONU. (PS)

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