São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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Fundação busca diplomar jovens

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2005, o secretário do Estado da Justiça e presidente da Febem, Alexandre de Moraes, pretende instituir em todas as 77 unidades da fundação pelo menos cinco cursos profissionalizantes selecionados a partir de um levantamento feito entre os adolescentes internos. "Isso vem de uma lição típica de avó: cabeça vazia é a oficina do diabo. Como todos estarão ocupados com seus cursos ao mesmo tempo, ninguém fica de cabeça vazia", diz Moraes.
Os cursos escolhidos pelos internos a serem implementados são: panificação e culinária, informática, eletrotécnica, casa e construção, hotelaria e serviços e administração.
A fundação está criando parcerias com empresas, que devem apadrinhar os cursos. "Além de economizar o dinheiro do Estado, é um modo de envolver a sociedade civil na questão do adolescente em conflito com a lei e de arejar as unidades da Febem com gente de fora", explica. Segundo o presidente da fundação, já existem empresas interessadas em apadrinhar três dos seis cursos profissionalizantes programados.
Projetos semelhantes feitos com empresas como Mc Donald's resultaram até em contratações. Atualmente, há 47 ex-internos da fundação trabalhando nessa rede de fast-food.
Outro projeto para 2005 é de criar parcerias com o Senac ou com o Centro Paula Souza para que os jovens recebam um diploma após a conclusão do curso. "Não posso prometer emprego, mas posso dar condições melhores para que os adolescentes conquistem uma vaga ao saírem da Febem com um diploma."
Neste ano, 40 adolescentes da Febem também ganharão salário e conta em banco por meio de um programa fechado com a Arpen (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais), uma espécie de cartório civil que, apesar de informatizado, necessita encadernar seus documentos e carecia de mão-de-obra para a tarefa.
Esses 40 internos selecionados para o programa trabalharão de acordo com a demanda da associação e receberão cerca de R$ 300 por mês. O dinheiro só pode ser retirado pelo próprio titular da conta, portanto, apenas após sua saída da Febem. Para o secretário, essa é uma forma de incentivar os adolescentes a acelerar a saída por bom comportamento e garantir que tenham algum dinheiro guardado. (FM e AH)

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