|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Gosto da marca do meu biquíni"
DA REVISTA
Muita gente acha que vida de
jornalista é boa: viagens, festas,
jantares, entrevistas com gente famosa... Então tá. Só essa reportagem custou duas semanas de dieta para limar todos aqueles panetones, uma crise de dor de barriga
numa rodovia da Bahia e três doses de uma bebida digna de pronto-socorro. Explico: antes de sairmos "a campo", eu e a fotógrafa
da Folha tivemos de passar por
uma espécie de "preparação". Literalmente, "nos calibramos" no
bar da pousada, com uma mistura explosiva de conhaque barato,
mel e limão. Estávamos à beira de
um ataque de nervos.
Amo ir à praia, sou das paulistanas que maldiz São Paulo por ser
carente de mar. Mas descobri que
gosto ainda mais de cultivar minha marquinha de biquíni.
À beira da fatídica praia naturista, travei. Talvez, se chegasse lá
anônima, tirar a roupa fosse mais
fácil. Mas como passar despercebido tendo de se identificar como
repórter e vestida apenas com
bloquinho e caneta na mão? A
sensação de ficar nua na areia é
uma mistura de desconforto com
sufocamento e desproteção.
Aprendi que os naturistas são
pessoas normais, falam muito de
sexo, paqueram, passam cantadas
-mas decidiram aderir a um
movimento em que essas coisas
normais são proibidas. Para mim,
a praia tem de ser uma experiência mais natural e relaxada. E quer
saber? O que é meu não é para todos. Seleção natural. (DY)
Texto Anterior: "Tirei a sunga e olhei pro mar" Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Quando a volta às aulas é um alívio Índice
|