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Empresários também atuam em cidades do interior de São Paulo e de outros Estados
Empresa reclama da falta de lucro
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas garagens das viações, os
quatro empresários que controlam os ônibus em São Paulo são
chamados de mineiros (Constantino e Niquini) e portugueses
(Ruas e Belarmino). Eles estão entre os líderes do transporte urbano, atuando em outras cidades e
Estados do país. Também são tidos como "chorões".
"Eles nunca estiveram satisfeitos com os lucros. Reclamavam
até mesmo na época em que
transportavam 150 milhões de
passageiros por mês. Mas nunca
abriram mão desse mercado", diz
Edivaldo Santiago, presidente do
sindicato dos motoristas e cobradores de São Paulo.
Esses empresários evitam falar
com a imprensa, não gostam de
ser fotografados e não revelam todos os negócios nos quais investem. A Folha tentou contatar representantes dos grupos Ruas e
Belarmino desde a última terça-feira. Não obteve respostas.
O líder da família Constantino,
"seu" Nenê, também é avesso a
jornalistas. Seus quatro filhos e
três filhas costumam administrar
os negócios do grupo em Brasília,
capital e interior de São Paulo e,
principalmente, Minas Gerais.
Joaquim Constantino, um dos
representantes do pai em São
Paulo, diz que começaram a operar transporte em 1957. Onze anos
mais tarde, foram para o interior e
para a Grande São Paulo. Em
1984, chegaram à capital.
"É difícil encontrar transporte
urbano lucrativo hoje em dia. A
tendência é concentrar as atividades nas viações rodoviárias e intermunicipais, que estão mais estabilizadas", afirma Joaquim, citando os negócios da família no
ABC, Santos e Sorocaba.
Romero Niquini, também mineiro, recebeu a reportagem na
última quinta. Estava acompanhado de Antonio Sampaio Amaral Filho, diretor jurídico do Transurb, e Jorge Fukuda, que trabalhava na SPTrans nos últimos
anos e hoje se define como "consultor independente".
"Os empresários de São Paulo
são muito sérios. Eles devem ser
exemplo para o Brasil. São parceiros, sabem o que estão fazendo",
afirma. "Depois que eu entrei,
nunca comprei um ônibus novo.
Isso é uma incompetência minha.
Se não dava, era para ter parado."
Niquini está no ramo há apenas
30 meses. Na capital paulista, chegou menos de dois anos atrás,
substituindo Baltazar José de Souza. Ele também é proprietário de
viações no interior do Estado e em
Minas Gerais. Trabalha ainda
com empresas de lixo no litoral.
"Esse negócio de comprar e vender empresa é meu "métier'", diz.
Os portugueses Belarmino e
Ruas são os que mais concentram
suas bases em São Paulo. Os lucros do primeiro dependem sobretudo da capital e de Campinas.
Os Ruas, que em São Paulo têm
sociedades com Carlos de Abreu,
também estão na região metropolitana e na Baixada Santista.
No ano passado, eles começaram a transferir viações como a
Penha São Miguel para cidades do
Uruguai. Essas operações protegem os sócios se houver um arresto para pagamento de dívidas das
empresas. Assim como os demais
grupos, os Ruas acumulam débitos referentes a contribuições ao
INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e depósitos do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço).
(AI)
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