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LIXO
Segundo secretária-interina de Serviços e Obras, serviços são diferentes, e relatórios não têm tratamento estatístico
Não há superfaturamento, diz prefeitura
da Reportagem Local
A Prefeitura de SP contesta a base das acusações do Ministério Público. Segundo a secretária-interina de Serviços e Obras, Márcia
Buccolo, os serviços de varrição
em questão "são suficientemente
diversos para terem parâmetros de
composição de preços distintos".
Márcia foi indicada pelo gabinete
do prefeito Celso Pitta para responder às questões da reportagem.
Ela também sustenta que os preços dos novos tipos de varrição foram compostos em época diferente dos anteriores, o que, em sua visão, justifica o fato de seus parâmetros não seguirem o edital.
"Deve-se ressaltar, ainda, que
inexiste amparo legal ou contratual para que a prefeitura obrigue a
contratada a efetuar serviços extra-contratuais adotando a composição de serviços contratuais",
completou a secretária.
O que a prefeitura chama de novos serviços de varrição consiste
no acréscimo de varredores e carrinhos às equipes já existentes.
Antes dos aditamentos, só havia
na cidade equipes compostas de
dois varredores e um carrinho. Depois, foram criadas equipes com
mais um ou mais dois varredores.
Antes do parecer do TCM que
aponta superfaturamento nos aditamentos, auditores já tinham afirmado que a prefeitura não havia
dado justificativas convincentes
que comprovassem a necessidade
de criação das novas equipes.
Segundo os técnicos, a prefeitura
simplesmente atribuiu preços novos a um novo dimensionamento
da estrutura das equipes, sem enfrentar as deficiências existentes
na execução do serviço anterior.
Relatórios
A secretária de Serviços e Obras
disse ainda que os relatórios da Logos Engenharia não eram feitos
com parâmetros estatísticos que
permitam dizer que o que foi encontrado em dado local vale para
toda a região.
Com base nos relatórios da Logos, que a empresa garante terem
sido feitos com metodologia estatística, a promotoria vai pedir de
volta o dinheiro pago pela varrição
apontada como não executada.
"A Logos não tinha atribuições
de fiscalização. Seus relatórios serviam apenas como ferramentas de
gestão de contratos em cada uma
das administrações regionais",
contesta a secretária.
Para os advogados consultados
pela Folha, o acompanhamento
feito pela Logos não se justifica se
não puder ser usado pela prefeitura de forma eficiente.
O secretário das Administrações
Regionais, Domingos Dissei, também contestou as afirmações de
que a fiscalização dos serviços é
deficiente e exibiu portaria publicada em 9 de março passado.
Nela, Dissei determina que as regionais passem a publicar seus planos de varrição -com locais e frequências- no "Diário Oficial" do
Município, para que os serviços
possam ser fiscalizados por qualquer morador da cidade.
Pitta e Maluf
Em entrevista à Folha concedida
há duas semanas, o prefeito Celso
Pitta afirmou que a falta de execução de serviços de varrição está
sendo apurada por uma sindicância já em fase final.
Pitta alega que os repasses às empresas não poderiam sofrer descontos antes que a situação passasse por uma investigação.
"Não pagar sem apurar responsabilidades significa interromper
um serviço essencial", afirmou.
Ele garante, porém, que se as irregularidades forem comprovadas
as empresas serão punidas e terão
descontados os valores indevidamente recebidos pelos serviços.
O assessor do ex-prefeito Paulo
Maluf, Adilson Laranjeira, disse
que ele só iria comentar o assunto
depois de impetrada a ação.
(SÍLVIA CORRÊA)
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