São Paulo, Domingo, 30 de Maio de 1999
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Para empresas, amostra é pequena

da Reportagem Local

As empresas responsáveis pela limpeza pública na cidade de São Paulo afirmam que a varrição é um serviço suficientemente dinâmico para ser medido por um universo de amostragem inferior a 50%.
"Você me mostra um relatório que aponta um índice de não-execução de 99% na regional da Casa Verde em dezembro de 96. Isso é um absurdo para qualquer mortal. Então, posso acreditar que todo o relatório tem distorções", disse o diretor-executivo do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo), Ariovaldo Caodaglio.
As quatro empresas que controlam a limpeza pública -Vega Ambiental, Enterpa Ambiental, Cavo e Cliba- aceitaram a proposta do sindicato de ser o porta-voz de suas contestações.
Ainda segundo Caodaglio, considerando que os dados sejam verdadeiros, seria necessário saber se os serviços que a Logos rotulou como não executados de fato não foram feitos fora do período em que os fiscais da gerenciadora estiveram nas ruas vistoriadas.
"Em emergências, existe deslocamento das equipes, mas o serviço é feito no próximo turno", disse.
Segundo o diretor do Selur, as empresas fiscalizam seus próprios serviços usando um fiscal para cada 30 varredores, o que, diz, pode dar um retrato fiel da situação da extensão total de varrição.
Sobre a classificação dos novos serviços como superfaturados, as empresa defendem que eles são suficientemente distintos para exigir nova composição de preços.
Os empresários afirmam, por exemplo, que os encargos sociais aumentaram e que seus custos tiveram que ser repassados ao preço dos serviços prestados.
"Entramos inclusive com um processo administrativo para pedir que sejam reconsiderados os cálculos anteriores aos aditamentos", disse Caodaglio.
Ele acrescenta que, antes, as equipes varriam apenas sarjetas. Com as novas composições, elas passaram a varrer calçadas, o que, segundo ele, fez cair a velocidade média do varredor e aumentou o preço unitário do km.
Não há no contrato, porém, segundo os advogados consultados pela Folha, nenhuma cláusula que explicite a diferença do alvo da varrição. Pelo contrato e pelos aditamentos, de acordo com os especialistas, o que houve foi apenas a criação de equipes maiores, o que não justificaria mudanças na composição de preço dos serviços.
Os empresários não souberam explicar porque foi abandonada a metodologia de cálculo baseada no número de funcionários reais e adotada a fórmula que inclui a mão-de-obra de reserva, o que aumenta ainda mais o preço dos serviços. "A prefeitura nos oferece o preço unitário pronto", disse Caodaglio. (SC)


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