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Para empresas, amostra é pequena
da Reportagem Local
As empresas responsáveis pela
limpeza pública na cidade de São
Paulo afirmam que a varrição é um
serviço suficientemente dinâmico
para ser medido por um universo
de amostragem inferior a 50%.
"Você me mostra um relatório
que aponta um índice de não-execução de 99% na regional da Casa
Verde em dezembro de 96. Isso é
um absurdo para qualquer mortal.
Então, posso acreditar que todo o
relatório tem distorções", disse o
diretor-executivo do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo),
Ariovaldo Caodaglio.
As quatro empresas que controlam a limpeza pública -Vega Ambiental, Enterpa Ambiental, Cavo e
Cliba- aceitaram a proposta do
sindicato de ser o porta-voz de
suas contestações.
Ainda segundo Caodaglio, considerando que os dados sejam verdadeiros, seria necessário saber se
os serviços que a Logos rotulou como não executados de fato não foram feitos fora do período em que
os fiscais da gerenciadora estiveram nas ruas vistoriadas.
"Em emergências, existe deslocamento das equipes, mas o serviço é feito no próximo turno", disse.
Segundo o diretor do Selur, as
empresas fiscalizam seus próprios
serviços usando um fiscal para cada 30 varredores, o que, diz, pode
dar um retrato fiel da situação da
extensão total de varrição.
Sobre a classificação dos novos
serviços como superfaturados, as
empresa defendem que eles são suficientemente distintos para exigir
nova composição de preços.
Os empresários afirmam, por
exemplo, que os encargos sociais
aumentaram e que seus custos tiveram que ser repassados ao preço
dos serviços prestados.
"Entramos inclusive com um
processo administrativo para pedir que sejam reconsiderados os
cálculos anteriores aos aditamentos", disse Caodaglio.
Ele acrescenta que, antes, as
equipes varriam apenas sarjetas.
Com as novas composições, elas
passaram a varrer calçadas, o que,
segundo ele, fez cair a velocidade
média do varredor e aumentou o
preço unitário do km.
Não há no contrato, porém, segundo os advogados consultados
pela Folha, nenhuma cláusula que
explicite a diferença do alvo da
varrição. Pelo contrato e pelos aditamentos, de acordo com os especialistas, o que houve foi apenas a
criação de equipes maiores, o que
não justificaria mudanças na composição de preço dos serviços.
Os empresários não souberam
explicar porque foi abandonada a
metodologia de cálculo baseada no
número de funcionários reais e
adotada a fórmula que inclui a
mão-de-obra de reserva, o que aumenta ainda mais o preço dos serviços. "A prefeitura nos oferece o
preço unitário pronto", disse Caodaglio.
(SC)
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