São Paulo, Domingo, 30 de Maio de 1999
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Efeitos tóxicos ainda são investigados

do enviado especial a Londrina (PR)

Stephen Barnes e Helen Kim vêem com alguma preocupação o consumo descontrolado de isoflavonas purificadas em cápsulas. "É melhor consumir a (própria) soja, até que se saiba mais", alertou Barnes no encontro de Londrina.
Como disse o pesquisador da Universidade do Alabama, os fitoestrógenos têm sido associados com síndromes de infertilidade em animais, como gado bovino e ovino. Não se tem notícia, porém, de efeito semelhante em humanos.
A melhor indicação de que não deve existir, para Barnes, é a saúde reprodutiva de bilhões de consumidores diários de soja, na Ásia. "Quem come soja não tem problema de infertilidade."
O cientista admite, contudo, que a possível toxicidade dos fitoestrógenos vem atraindo a atenção de agências norte-americanas, como o Centro Nacional de Pesquisa Toxicológica e a Agência de Proteção Ambiental. Vários simpósios sobre o tema foram organizados ao longo dos anos 90.
Para Barnes, foi produto de exagero ("hype"). Convidado para alguns desses encontros, relata que, com o correr do tempo, foi crescendo o espaço dedicado neles para os efeitos benéficos desses compostos, como as isoflavonas, que estão presentes também em outras plantas, como chá preto.
"A questão da toxicidade se impõe quando extratos altamente enriquecidos de isoflavonas são usados", diz. Como explicação, faz uma analogia com vitaminas.
"Pílulas de vitaminas estão disponíveis no balcão e, desde que consumidas em quantidades apropriadas, são boas para a saúde. No entanto, em excesso, sobretudo as vitaminas solúveis em gordura, podem causar intoxicação."
"Temos de descobrir com que dose ocorrerá toxicidade de isoflavonas. (Mas) está muito além do que é ingerido na soja como alimento." (ML)


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