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Soja pode fazer bem ao coração e artérias
do enviado especial a Londrina (PR)
Um dos primeiros efeitos benéficos dos fitoestrógenos presentes
na soja (isoflavonas) a serem investigados foi a prevenção de
doenças cardíacas. Os estudos pioneiros sobre sua capacidade de reduzir colesterol no sangue foram
publicados na década de 70.
Houve muita controvérsia, relata
Stephen Barnes, da Universidade
do Alabama em Birmingham.
O desacordo só diminuiu em
1995. Nesse ano James Anderson,
da Universidade de Kentucky
(também dos EUA), publicou na
revista "New England Journal of
Medicine" uma revisão de 35 estudos clínicos sobre o tema.
A conclusão não poderia ser
mais favorável à soja. Segundo Anderson, o alimento não só reduz o
teor médio de colesterol no sangue
como ainda altera seu perfil, diminuindo o "mau" colesterol (LDL) e
aumentando o "bom" (HDL).
Outra pesquisa, realizada com
macacos por Thomas Clarkson, da
Universidade de Wake Forest (Carolina do Norte, EUA), revelou que
a isoflavona genesteína atua também nas artérias, tornando-as
mais flexíveis. Boa notícia para
quem sofre de aterosclerose.
O efeito foi observado em machos e fêmeas. No caso destas,
Clarkson verificou que uma dieta à
base de soja era pelo menos tão eficaz para reduzir o colesterol quanto Premarin, droga usada na terapia de reposição hormonal.
Segundo Barnes, a agência norte-americana que controla medicamentos e alimentos (FDA) analisa
a possibilidade de permitir que
produtos de soja sejam anunciados como redutores de colesterol.
O pesquisador alerta, porém, que
algumas formas de processamento
da soja podem destruir as isoflavonas. É o caso de um método que
emprega álcool, testado por uma
rede de fast food dos EUA. Além de
retirar cor e sabor característicos
da soja, elimina também seus fitoestrógenos.
(MARCELO LEITE)
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