São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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PLANOS DE SAÚDE

Liminar determina aumento de 11,69% para plano anterior a 1999; governo federal autorizou 26,1%

Justiça barra o reajuste da SulAmérica

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma decisão provisória da Justiça de São Paulo livra por enquanto os 265 mil beneficiários de seguros individuais de saúde antigos da SulAmérica de um aumento de 26,1% autorizado pelo governo neste ano. Pela determinação, eles pagarão no máximo 11,69% de reajuste, valor autorizado também para os planos novos -assinados a partir de 1999.
Anteontem, o juiz da 28ª Vara Cível da Capital, Rodrigo Ricco, acolheu pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo e estendeu os efeitos de uma liminar (decisão provisória) que no ano passado obrigou a empresa a seguir os reajustes dos planos novos. Em breve a Justiça deve decidir sobre o aumento autorizado pelo governo para conveniados da Bradesco, de 25,8%.
Segundo a Promotoria, a Justiça acolheu pedido para que o caso fosse encaminhado ao Ministério Público Federal para uma possível investigação sobre improbidade administrativa (má gestão) da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), órgão do governo que autorizou o aumento. A agência, em nota, repudiou a acusação e afirmou ter agido dentro da lei.
A SulAmérica informou ontem não poder comentar a decisão porque ainda não tomou conhecimento oficial sobre ela. A empresa pode recorrer.
A promotora Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Consumidor, recomenda o depósito em consignação das mensalidades com o reajuste de 26,1% em bancos públicos ou o pagamento normal seguido de pedido de ressarcimento à empresa.
Na avaliação da Promotoria, o reajuste é indevido porque contraria avaliação da ANS do ano passado de que o parâmetro utilizado pelas empresas para o aumento -a variação dos custos médico-hospitalares- era muito nebuloso para o consumidor.
A agência também autorizou neste ano a cobrança de resíduo -valores não recebidos antes de 2004-, o que também costumava criticar antes, diz o Ministério Público do Estado de São Paulo.
Almeida explicou que, pelo Código de Defesa do Consumidor, a decisão da Justiça de São Paulo vale para todo o país.
"Todo ano, no mês de julho, vem um aumento, mas não tão abusivo como o de agora" questiona a aposentada Noriko Yamaguchi Aoki, 63, que diz ter recebido uma fatura da seguradora neste mês com o reajuste de 26,1%.
A aposentada, que tem vínculo com a SulAmérica desde 1991, diz que o valor subiu de R$ 778,42 para R$ 981,59.
(FABIANE LEITE E MÁRCIO ARAÚJO)


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