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PLANOS DE SAÚDE
Liminar determina aumento de 11,69% para plano anterior a 1999; governo federal autorizou 26,1%
Justiça barra o reajuste da SulAmérica
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma decisão provisória da Justiça de São Paulo livra por enquanto os 265 mil beneficiários de
seguros individuais de saúde antigos da SulAmérica de um aumento de 26,1% autorizado pelo governo neste ano. Pela determinação, eles pagarão no máximo
11,69% de reajuste, valor autorizado também para os planos novos
-assinados a partir de 1999.
Anteontem, o juiz da 28ª Vara
Cível da Capital, Rodrigo Ricco,
acolheu pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo e estendeu os efeitos de uma liminar
(decisão provisória) que no ano
passado obrigou a empresa a seguir os reajustes dos planos novos. Em breve a Justiça deve decidir sobre o aumento autorizado
pelo governo para conveniados
da Bradesco, de 25,8%.
Segundo a Promotoria, a Justiça
acolheu pedido para que o caso
fosse encaminhado ao Ministério
Público Federal para uma possível investigação sobre improbidade administrativa (má gestão) da
ANS (Agência Nacional de Saúde
Suplementar), órgão do governo
que autorizou o aumento. A agência, em nota, repudiou a acusação
e afirmou ter agido dentro da lei.
A SulAmérica informou ontem
não poder comentar a decisão
porque ainda não tomou conhecimento oficial sobre ela. A empresa pode recorrer.
A promotora Maria da Glória
Villaça Borin Gavião de Almeida,
do Centro de Apoio Operacional
das Promotorias de Justiça do
Consumidor, recomenda o depósito em consignação das mensalidades com o reajuste de 26,1% em
bancos públicos ou o pagamento
normal seguido de pedido de ressarcimento à empresa.
Na avaliação da Promotoria, o
reajuste é indevido porque contraria avaliação da ANS do ano
passado de que o parâmetro utilizado pelas empresas para o aumento -a variação dos custos
médico-hospitalares- era muito
nebuloso para o consumidor.
A agência também autorizou
neste ano a cobrança de resíduo
-valores não recebidos antes de
2004-, o que também costumava criticar antes, diz o Ministério
Público do Estado de São Paulo.
Almeida explicou que, pelo Código de Defesa do Consumidor, a
decisão da Justiça de São Paulo
vale para todo o país.
"Todo ano, no mês de julho,
vem um aumento, mas não tão
abusivo como o de agora" questiona a aposentada Noriko Yamaguchi Aoki, 63, que diz ter recebido uma fatura da seguradora neste mês com o reajuste de 26,1%.
A aposentada, que tem vínculo
com a SulAmérica desde 1991, diz
que o valor subiu de R$ 778,42 para R$ 981,59.
(FABIANE LEITE E MÁRCIO ARAÚJO)
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