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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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JOGO

Sem regulamentação, casas não vêem veto a funcionamento

Promotoria não consegue fechar bingos em SP por causa de liminares

DA REPORTAGEM LOCAL

Dezenas de liminares concedidas pela Justiça impedem o Ministério Público do Estado de São Paulo de promover o fechamento das casas de bingo paulistas, que funcionam sem regulamentação desde dezembro de 2001.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) tem uma força-tarefa formada por três promotores de Justiça, que fechou cerca de 20 bingos no ano passado.
"Uma verdadeira avalanche de liminares impediu o prosseguimento do nosso trabalho", afirma o promotor Rodrigo Canellas Dias, que integra o Gaeco.
O Ministério Público considera que bingos podem servir como fachada para atividades criminosas, como a lavagem de dinheiro. Além disso, os promotores afirmam que a atividade é um jogo de azar -ou seja, caracterizada como contravenção.
Segundo Dias, as liminares (sentenças provisórias) foram concedidas tanto pela Justiça estadual quanto pela Justiça Federal em São Paulo. Já liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará para a Abrabin (Associação Brasileira dos Bingos) beneficia todas as casas ligadas à associação.
O bingo Imperador, um dos maiores da capital, obteve uma liminar no plantão do Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo, no dia 24 de dezembro de 2002.
Na Justiça, os defensores do jogo alegam que não há lei que proíba a atividade. O setor ficou sem regulamentação em 2000, quando foi revogada a Lei Pelé. Em dezembro passado, venceram as últimas autorizações de funcionamento, mas, graças ao vácuo legal, as casas seguem abertas.
De acordo com o Gaeco, mais da metade dos bingos do país está no Estado de São Paulo. A última estatística oficial data de dezembro de 2001, quando havia 177 só na capital paulista.
O promotor Rodrigo Canellas Dias diz que é preciso haver uma maior integração entre as autoridades paulistas para combater o jogo. Ele diz que a prefeitura poderia, por exemplo, fechar os bingos que não têm alvará de funcionamento. A prefeitura informou que só concedeu oito alvarás de funcionamento para bingos, todos por força de decisão judicial.
Outros Estados, como o Paraná, conseguiram fechar quase todas as casas de bingo, em ações apoiadas pelo Poder Judiciário.


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