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Alunos pedem impeachment no XI de Agosto
Estudantes contrários à invasão da Faculdade de Direito querem assembléia para destituir centro acadêmico
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os líderes do Centro Acadêmico XI de Agosto, da USP, tinham um abacaxi para descascar na noite de ontem: convocar ou não, para hoje, assembléia que terá entre as pautas o
impeachment deles próprios.
O pedido de convocação para
discutir o afastamento da atual
gestão veio em carta com 558
assinaturas (número superior
ao suficiente para exigir a assembléia, segundo o estatuto
do XI de Agosto).
O motivo é o apoio dado pelo
centro estudantil à invasão da
Faculdade de Direito do Largo
São Francisco, no dia 21, por
movimentos sociais e estudantes que reivindicavam melhorias na educação -apesar da
contrariedade de grande parte
dos alunos.
Ricardo Ribeiro, 22, atual
presidente do XI de Agosto,
descredita o abaixo-assinado.
"Tem nomes que aparecem
duas vezes, quer ver?", diz,
apontando um caso na lista.
A direção do centro acadêmico se reuniria no final da noite
de ontem para traçar estratégias para a assembléia, que os
proponentes querem fazer às
10h e às 22h. "É um golpe político contra nós", diz Ribeiro.
Os alunos do abaixo-assinado foram arregimentados por
membros das chapas Escória e
Resgate, que fazem oposição à
atual, Fórum da Esquerda. A
carta fala em discutir "sanções
à atual gestão" que seriam, segundo o estatuto, "impeachment" ou suspensão. As eleições para comandar o XI de
Agosto acontecem em outubro.
"Vão tentar empurrar a assembléia para quando não houver quórum", diz Renato Santana, 23, da Escória, um dos
"pais" do pedido de assembléia.
Microcosmo político: Santana bebe uma cerveja no barzinho do centro acadêmico enquanto Ribeiro, alvo da insurgência, discute na saleta ao lado
o que fazer sobre o desejo da
oposição por sua saída.
Ribeiro também tem um outro abaixo-assinado na agulha:
uma carta de repúdio à expulsão dos invasores pela Tropa de
Choque da Polícia Militar de
São Paulo. Já constam na lista
os nomes de políticos como
Heloísa Helena e intelectuais
como Marilena Chaui e Aziz
Ab'Saber, entre outros.
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