São Paulo, quinta-feira, 30 de agosto de 2007

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Alunos pedem impeachment no XI de Agosto

Estudantes contrários à invasão da Faculdade de Direito querem assembléia para destituir centro acadêmico

DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os líderes do Centro Acadêmico XI de Agosto, da USP, tinham um abacaxi para descascar na noite de ontem: convocar ou não, para hoje, assembléia que terá entre as pautas o impeachment deles próprios.
O pedido de convocação para discutir o afastamento da atual gestão veio em carta com 558 assinaturas (número superior ao suficiente para exigir a assembléia, segundo o estatuto do XI de Agosto).
O motivo é o apoio dado pelo centro estudantil à invasão da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no dia 21, por movimentos sociais e estudantes que reivindicavam melhorias na educação -apesar da contrariedade de grande parte dos alunos.
Ricardo Ribeiro, 22, atual presidente do XI de Agosto, descredita o abaixo-assinado. "Tem nomes que aparecem duas vezes, quer ver?", diz, apontando um caso na lista.
A direção do centro acadêmico se reuniria no final da noite de ontem para traçar estratégias para a assembléia, que os proponentes querem fazer às 10h e às 22h. "É um golpe político contra nós", diz Ribeiro.
Os alunos do abaixo-assinado foram arregimentados por membros das chapas Escória e Resgate, que fazem oposição à atual, Fórum da Esquerda. A carta fala em discutir "sanções à atual gestão" que seriam, segundo o estatuto, "impeachment" ou suspensão. As eleições para comandar o XI de Agosto acontecem em outubro.
"Vão tentar empurrar a assembléia para quando não houver quórum", diz Renato Santana, 23, da Escória, um dos "pais" do pedido de assembléia.
Microcosmo político: Santana bebe uma cerveja no barzinho do centro acadêmico enquanto Ribeiro, alvo da insurgência, discute na saleta ao lado o que fazer sobre o desejo da oposição por sua saída.
Ribeiro também tem um outro abaixo-assinado na agulha: uma carta de repúdio à expulsão dos invasores pela Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo. Já constam na lista os nomes de políticos como Heloísa Helena e intelectuais como Marilena Chaui e Aziz Ab'Saber, entre outros.

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