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Fabricantes de queijo fraudam certificado
da Reportagem Local
O carimbo do governo na embalagem dos laticínios, garantia de
que o produto passou pela fiscalização sanitária, já não garante tanto assim.
Fabricantes clandestinos de
queijo estão falsificando o certificado -e o consumidor dificilmente percebe.
O Ministério da Agricultura em
São Paulo detectou, entre junho
de 1997 e julho de 1998, pelo menos dez casos de fraude, a maioria
nas regiões de Campinas e Ribeirão Preto. A adulteração afeta
principalmente queijos do tipo
Minas, mussarela e ricota.
De acordo com a legislação brasileira, só é permitido vender laticínios que exibam um carimbo
dos serviços de inspeção federal
(SIF), estadual (SISP, por exemplo) ou municipal (SIM). Às siglas,
associa-se sempre um número,
que identifica o produtor nos cadastros do governo.
As fraudes, então, se concretizam de quatro maneiras:
* Os falsificadores reproduzem a
embalagem, o rótulo e o número
de uma queijaria que já fechou.
* Criam uma marca nova, mas
usam o número de uma empresa
legalizada que atua em outro ramo
alimentício (um matadouro de
suínos, uma avícola, um manipulador de pescados).
* Lançam uma marca nova e inventam o número.
* Copiam o rótulo e o número de
um fabricante de queijo que ainda
esteja no mercado.
"Não é apenas em São Paulo
que as fraudes acontecem", avisa
Danilo Casotti, responsável pelo
serviço de inspeção do leite no Ministério da Agricultura. "Já constatamos o mesmo problema em
outros pontos do país, como o Rio
de Janeiro."
EM
/INT/0Classe social
Os queijos com carimbo falso raramente aparecem nas grandes redes de supermercado. Preferem os
estabelecimentos menores, onde é
mais fácil entrar sem notas fiscais.
"Por outro lado, não escolhem
classe social. Registramos ocorrências tanto nos bairros mais
simples quanto nos nobres", diz
Carlos Alberto Azevedo de Souza,
que chefia a regional de Campinas
do Ministério da Agricultura.
Ele conta que chega à maior parte dos casos com base em denúncias ou durante fiscalizações-surpresas no varejo.
Descoberta a maracutaia, o governo tira de circulação o produto
fraudado e o destrói.
Pegar os falsificadores é mais difícil. Com frequência, os endereços das queijarias que constam
dos rótulos revelam-se inexistentes.
(AA)
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