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Prefeituras fazem
fiscalização no Pará
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Redenção (PA)
Mais de dois terços do leite produzido no Pará chegam ao consumidor sem passar por nenhum tipo de fiscalização.
O Estado produz em média 300
milhões de litros por ano.
A Secretaria Estadual da Agricultura tem apenas sete laticínios
sob sua fiscalização, enquanto outros sete são fiscalizados pelo governo federal.
Em 1997, por exemplo, o governo federal fiscalizou 26 milhões de
litros.
Sem números exatos
Não existem números exatos sobre o total de leite fiscalizado no
Pará. "A grosso modo, o total de
leite não fiscalizado pode chegar a
mais de 200 milhões de litros",
afirmou a chefe da divisão de produção animal da Secretaria da
Agricultura.
A fiscalização do leite produzido
nos municípios para consumo interno é feita pelas próprias prefeituras, mas nenhum órgão tem
controle sobre a quantidade exata.
"Temos apenas dados dispersos
e informações de áreas como a ilha
de Marajó, onde boa parte dos
proprietários não sabe se prevenir
de doenças como a febre aftosa",
disse Murilo Tocantins, assessor
técnico da Faepa (Federação da
Agricultura do Pará).
Concorrência desleal
Os laticínios acabam tendo gastos maiores com a industrialização e não podem pagar mais aos
produtores do que os distribuidores informais.
"A concorrência chega a ser um
pouco desleal", afirmou Tocantins.
O produtor rural Ernesto Pereira, 61, vende leite há três anos para
o motoqueiro Antônio Luís de
Oliveira, 31. "Prefiro vender para
ele, que paga mais."
Proprietário de uma pequena fazenda de 84 hectares em Redenção
(sul do Pará), Pereira utiliza o dinheiro que arrecada com a venda
para manter sua propriedade.
Segundo o produtor, os motoqueiros e outros vendedores autônomos compram o leite por até R$
0,35 o litro, enquanto os laticínios
oferecem menos da metade do
preço.
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