São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2000

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PATRIMÔNIO
Em parceria com o governo alemão, Estado gastará R$ 305 mil na recuperação da rota de 22 km aberta no século 16
Paraná vai restaurar caminho histórico

WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Caminho do Itupava, trilha histórica que corta trecho da mata atlântica na serra do Mar no litoral paranaense, vai ser restaurado a partir do mês que vem.
Em parceria com o governo alemão, as secretarias do Meio Ambiente e da Cultura do Paraná vão utilizar R$ 305 mil na recuperação da rota de 22 quilômetros calçada por pedras irregulares, entre Borda do Campo e Porto de Cima.
Após o final das obras -em março do próximo ano-, o Caminho do Itupava será utilizado por turistas durante caminhadas entre o planalto no qual está Curitiba e o litoral paranaense.
"Nossa intenção é dar condições adequadas de uso e, consequentemente, valorizar esse patrimônio histórico do Estado", afirma a coordenadora de Patrimônio da Secretaria da Cultura, Maria Luíza Marques Dias.

Rota histórica
O Caminho do Itupava foi construído no século 16 e sua adaptação para o trânsito de mulas, que faziam o transporte de mercadorias entre o planalto e o litoral, aconteceu em 1772.
No século 19, teve início o calçamento de pedras. "O caminho é uma verdadeira sala de aula dentro da floresta Atlântica", afirma Valmir Detzel, coordenador do Programa de Proteção da Floresta Atlântica e um dos responsáveis pelo projeto de restauração do percurso. "A sua recuperação representa muito para o meio ambiente e para a história cultural do Paraná", diz Detzel.
O Caminho do Itupava só pode ser percorrido a pé. O trajeto leva de seis a nove horas de caminhada. A largura da trilha varia de 1,5 m a 3 m.

Obras
Ao longo do percurso serão construídas passarelas, cinco de madeira e outras duas de metal. Dois portais serão montados para orientar os usuários na caminhada. Haverá quinze placas de sinalização, indicando o nome das localidades e o comportamento adequado do visitante.
A proposta de melhoria na pavimentação da estrada prevê a drenagem dos lugares sujeitos a alagamentos e a substituição das pedras danificadas nos trechos mais comprometidos.
A argila e todo o material depositado em cima das pedras originais também serão removidos. Serão fixados corrimões nos locais íngremes.
Depois de iniciadas as obras de recuperação, entrará em elaboração o plano de uso do caminho, última etapa do projeto. O plano irá estudar medidas preventivas e de controle de visitação.

Segurança
Maria Luíza Dias disse que as obras de melhoria e restauração não irão descaracterizar a trilha histórica.
"Nosso objetivo é preservar o caminho e dar segurança ao turista. A intervenção em sua forma original será a menor possível. Nem lixeiras serão instaladas no caminho para se evitar mudanças bruscas", afirma.
"Seguiremos o exemplo do que é feito hoje no Parque Estadual do Marumbi (PR), com a instrução dos visitantes antes de iniciar a caminhada", afirmou Detzel.


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