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PATRIMÔNIO
Em parceria com o governo alemão, Estado gastará R$ 305 mil na recuperação da rota de 22 km aberta no século 16
Paraná vai restaurar caminho histórico
WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O Caminho do Itupava, trilha
histórica que corta trecho da mata
atlântica na serra do Mar no litoral paranaense, vai ser restaurado
a partir do mês que vem.
Em parceria com o governo alemão, as secretarias do Meio Ambiente e da Cultura do Paraná vão
utilizar R$ 305 mil na recuperação
da rota de 22 quilômetros calçada
por pedras irregulares, entre Borda do Campo e Porto de Cima.
Após o final das obras -em
março do próximo ano-, o Caminho do Itupava será utilizado
por turistas durante caminhadas
entre o planalto no qual está Curitiba e o litoral paranaense.
"Nossa intenção é dar condições adequadas de uso e, consequentemente, valorizar esse patrimônio histórico do Estado", afirma a coordenadora de Patrimônio da Secretaria da Cultura, Maria Luíza Marques Dias.
Rota histórica
O Caminho do Itupava foi construído no século 16 e sua adaptação para o trânsito de mulas, que
faziam o transporte de mercadorias entre o planalto e o litoral,
aconteceu em 1772.
No século 19, teve início o calçamento de pedras. "O caminho é
uma verdadeira sala de aula dentro da floresta Atlântica", afirma
Valmir Detzel, coordenador do
Programa de Proteção da Floresta
Atlântica e um dos responsáveis
pelo projeto de restauração do
percurso. "A sua recuperação representa muito para o meio ambiente e para a história cultural do
Paraná", diz Detzel.
O Caminho do Itupava só pode
ser percorrido a pé. O trajeto leva
de seis a nove horas de caminhada. A largura da trilha varia de 1,5
m a 3 m.
Obras
Ao longo do percurso serão
construídas passarelas, cinco de
madeira e outras duas de metal.
Dois portais serão montados para
orientar os usuários na caminhada. Haverá quinze placas de sinalização, indicando o nome das localidades e o comportamento
adequado do visitante.
A proposta de melhoria na pavimentação da estrada prevê a drenagem dos lugares sujeitos a alagamentos e a substituição das pedras danificadas nos trechos mais
comprometidos.
A argila e todo o material depositado em cima das pedras originais também serão removidos.
Serão fixados corrimões nos locais íngremes.
Depois de iniciadas as obras de
recuperação, entrará em elaboração o plano de uso do caminho,
última etapa do projeto. O plano
irá estudar medidas preventivas e
de controle de visitação.
Segurança
Maria Luíza Dias disse que as
obras de melhoria e restauração
não irão descaracterizar a trilha
histórica.
"Nosso objetivo é preservar o
caminho e dar segurança ao turista. A intervenção em sua forma
original será a menor possível.
Nem lixeiras serão instaladas no
caminho para se evitar mudanças
bruscas", afirma.
"Seguiremos o exemplo do que
é feito hoje no Parque Estadual do
Marumbi (PR), com a instrução
dos visitantes antes de iniciar a caminhada", afirmou Detzel.
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