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Vizinhos pegam roupas e tênis dos fugitivos
da Reportagem Local
Pelo menos uma família
que mora na região do 40º
DP aproveitou a fuga no distrito e encheu quatro trouxas com roupas, tênis, vasilhas e até comida abandonados pelos fugitivos em suas
celas ontem.
A desempregada Giselda
Maria Carlos, 44, e a filha Janaína Aparecida Rodrigues
Carlos, 16, que moram com
mais 12 pessoas em uma casa na Vila Carolina, um bairro perto do DP, encheram
várias sacolas no meio do
"lixo" deixado pelos presos.
"Nem sei como eu vou fazer para levar tudo isso.
Achei até sabão em pó e cebola, que eu não tenho lá em
casa", disse Giselda.
Enquanto transeuntes
desviavam do lixo, que cheirava mal e cuja parte imprestável já era levada por um caminhão da prefeitura, Giselda e Janaína diziam ter encontrado coisas boas na garimpagem que fizeram.
"Não tenho frescura não,
imagina. Está tudo limpinho", disse Giselda, que vasculhava os bolsos das calças
dos presos. "Já achei tanta
coisa. Quero achar um dinheirinho agora", disse.
A única coisa que Giselda
não queria era roupa íntima.
"Cueca não. Cueca é embaçado", afirmou.
Mais modesta, Janaína
queria apenas achar mais
um pé de um dos vários pares de calçado que estava
juntando em uma sacola.
Segundo Giselda, sua prima, que esteve na busca,
achou uma TV portátil, em
cores, no meio dos pertences.
Sem sono
Como muitos moradores
do bairro, a professora Eliana Melo, 40, ficou sem dormir ontem.
Fugitivos do 40º DP pularam o muro de sua casa, na
rua Aguará, próximo à avenida Emílio Carlos, onde fica
o DP, e fugiram pela laje de
sua casa. "Eu moro sozinha e
via eles passando. Passei a
noite inteira acordada, com
medo", disse.
Sua casa não foi a única invadida. Em outra casa da
rua, sete fugitivos foram pegos de uma vez. Em outra,
parte deles se dependurou
em uma árvore. Duas casas
tiveram os telhados danificados.
Outros moradores, se não
acordaram com os tiros disparados na rua, acordaram
com a polícia em casa.
"Às 2h30, policiais entraram na minha casa e foram
até o telhado procurar fugitivos. Acordei com o barulho
deles subindo as escadas",
disse a estudante Maria Carolina de Oliveira, 14.
(MO)
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