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Docente critica formação pública
DA SUCURSAL DO RIO
Em cursos que formam professores, a maioria dos formandos
em 2001 avaliados pelo provão estudou o ensino médio em escola
pública. Para muitos dos novos
docentes, a experiência que eles
tiveram como alunos nesse tipo
de escola é um modelo do que não
deve ser feito em sala de aula.
"Meu ensino médio teve muitas
falhas", afirma Leila Santana, 29,
aluna do último ano do curso de
letras, licenciatura em literatura,
da Faculdade de Formação de
Professores da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Célia Regina de Oliveira, 31, que
se formou na Uerj em pedagogia,
conta que teve que se matricular
num curso pré-vestibular comunitário para conseguir disputar
uma vaga no vestibular. "Se tivesse tentado o vestibular só com o
conhecimento que tive na escola
normal, não teria conseguido passar", diz Célia, que hoje ajuda na
coordenação desse curso.
Se há professores que criticam a
qualidade da formação que tiveram na escola, há também aqueles
que usam como trunfo o fato de
terem a mesma origem social que
seus alunos na escola pública.
É o caso de Sérgio da Cruz Martins, 42. Ele mora na favela da Rocinha (zona sul do Rio) e dá aula
de língua portuguesa no Ciep
Ayrton Senna, que fica em frente
à favela. "Quando a gente conhece
a realidade social do aluno, a gente pode se aproximar com mais
facilidade, falar a linguagem dele,
entender suas gírias", afirma.
Ele diz, porém, que o fato de dar
aulas na comunidade onde mora
não o faz melhor ou pior do que
seus colegas. "Escolhi essa escola
por ser mais próxima de casa."
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