São Paulo, domingo, 30 de dezembro de 2001

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Docente critica formação pública

DA SUCURSAL DO RIO

Em cursos que formam professores, a maioria dos formandos em 2001 avaliados pelo provão estudou o ensino médio em escola pública. Para muitos dos novos docentes, a experiência que eles tiveram como alunos nesse tipo de escola é um modelo do que não deve ser feito em sala de aula.
"Meu ensino médio teve muitas falhas", afirma Leila Santana, 29, aluna do último ano do curso de letras, licenciatura em literatura, da Faculdade de Formação de Professores da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Célia Regina de Oliveira, 31, que se formou na Uerj em pedagogia, conta que teve que se matricular num curso pré-vestibular comunitário para conseguir disputar uma vaga no vestibular. "Se tivesse tentado o vestibular só com o conhecimento que tive na escola normal, não teria conseguido passar", diz Célia, que hoje ajuda na coordenação desse curso.
Se há professores que criticam a qualidade da formação que tiveram na escola, há também aqueles que usam como trunfo o fato de terem a mesma origem social que seus alunos na escola pública.
É o caso de Sérgio da Cruz Martins, 42. Ele mora na favela da Rocinha (zona sul do Rio) e dá aula de língua portuguesa no Ciep Ayrton Senna, que fica em frente à favela. "Quando a gente conhece a realidade social do aluno, a gente pode se aproximar com mais facilidade, falar a linguagem dele, entender suas gírias", afirma.
Ele diz, porém, que o fato de dar aulas na comunidade onde mora não o faz melhor ou pior do que seus colegas. "Escolhi essa escola por ser mais próxima de casa."



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