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Características das turmas mudam
DA SUCURSAL DO RIO
O perfil da turma da secretária
da Educação do Estado de São
Paulo, Rose Neubauer, 56, no curso público de formação de professores do Instituto Feminino de
Educação Padre Anchieta, mostra
o quanto mudou a característica
dos professores.
"As minhas amigas eram de
classe média e poucas pensavam
em fazer universidade. A perspectiva para a mulher na época era
ser professora. Ser médica, engenheira ou aeromoça pegava mal,
não fazia sentido", lembra Rose.
A secretária faz questão de dizer, no entanto, que não tem saudades daquela época: "Naquele
tempo [décadas de 50 e 60", apenas uma elite tinha acesso à escola
pública. Essa elite tinha aulas também com professores de elite. Hoje, a escola se universalizou e, graças a Deus, a profissão de professor também virou uma profissão
de massa", diz.
Segundo Rose, naquele modelo
de sociedade, muitas mulheres
procuravam ser professoras como uma garantia de renda caso o
casamento não desse certo. "Das
minhas 40 colegas, acho que apenas umas dez tinham vontade de
trabalhar como um projeto para
ser independente. Ir para a universidade, então, era algo pouco
estimulado até pelas famílias."
Segundo Rose, é necessário ter
pessoas de diferentes segmentos
da sociedade para dar aula. "Hoje
temos uma escola para todos. Somos um país com uma grande
concentração de renda. Mesmo se
triplicássemos o salário do professor, não haveria elite suficiente
para dar aula na escola pública."
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